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Ministério da Saúde pode descartar 3,6 milhões de vacinas próximas da validade

Estoque de doses expira nos próximos três meses. A taxa de vacinação para a doença está em 51,48% no país, distante da meta de 95% estabelecida pelo ministério. O Ministério da Saúde pode ser compelido a descartar 3.684.704 doses da vacina contra o meningococo C, imunizante utilizado para combater a forma mais grave da meningite, […]

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Estoque de doses expira nos próximos três meses. A taxa de vacinação para a doença está em 51,48% no país, distante da meta de 95% estabelecida pelo ministério.

O Ministério da Saúde pode ser compelido a descartar 3.684.704 doses da vacina contra o meningococo C, imunizante utilizado para combater a forma mais grave da meningite, que estão armazenadas e perderão a validade até 31 de agosto. As doses foram adquiridas pelo ministério entre 2021 e 2022, mas não foram distribuídas aos municípios devido à falta de demanda. Estima-se que o valor desses produtos seja de cerca de R$ 173,7 milhões. O ministério afirmou que está buscando uma solução em conjunto com as secretarias municipais e estaduais de saúde para evitar o desperdício dessas vacinas.

Conforme dados do próprio ministério, fornecidos por meio da Lei de Acesso à Informação, outras 442.320 vacinas compradas em 2020 já expiraram em abril deste ano e deverão ser incineradas, conforme protocolo estabelecido pelo ministério. De janeiro a maio deste ano, 1,8 milhão de doses da vacina meningocócica C foram administradas no país. No mesmo período do ano passado, o Sistema Único de Saúde (SUS) havia aplicado 2,6 milhões de doses.

Essa vacina faz parte do calendário nacional de vacinação infantil desde 2010 e é recomendada para crianças a partir de 2 meses, adolescentes e adultos como reforço ou em dose única para prevenir a forma invasiva da doença causada pela bactéria meningococo do sorogrupo C, que pode levar a infecções graves e, por vezes, fatais, como meningite e sepse avançadas.

A taxa de cobertura vacinal para a doença está em 51,48% no país, de acordo com os últimos dados do Ministério da Saúde. Esse número está abaixo da meta de 95% estabelecida pelo ministério para tentar conter o aumento da meningite meningocócica no país.

Em 2022 e 2021, a cobertura vacinal também não atingiu a meta, ficando em 78,62% e 72,17% no Brasil, respectivamente. Nos últimos dois anos, o Brasil registrou mais de 6 mil casos e 700 mortes pela doença.

Até o momento, mais de 33 milhões de vacinas do Programa Nacional de Imunização (PNI) foram incineradas. Nos próximos 90 dias, mais 5 milhões de doses perderão a validade e outras 15 milhões terão sua validade expirada em 180 dias.

Em comunicado, o Ministério da Saúde afirmou que está “buscando uma solução conjunta com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) para evitar desperdícios futuros”. A pasta também argumentou que estão sendo pactuadas outras medidas dentro do Movimento Nacional pela Vacinação para enfrentar esse problema.

A meningite é uma inflamação das membranas que envolvem o cérebro e protegem o sistema nervoso central. Pode ser causada por bactérias, vírus, fungos ou até mesmo pela tuberculose. Embora possa afetar pessoas de todas as idades, é mais comum em crianças.

Dentre os diversos tipos de meningite, a meningocócica do tipo C é a mais grave, com rápida evolução e potencial letal em 24 horas. O início precoce do tratamento aumenta as chances de cura.

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Ruann Lima

Paraibano e Estudante de Jornalismo na UFF

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