Segundo uma fonte próxima de uma liderança da base, a avaliação é que o governo não está conseguindo negociar com o Congresso Nacional justamente pela hipertrofia que o poder legislativo sofreu nos últimos 10 anos e a questão é menos de relacionamento ou falta de diálogo e mais de ter saldo para bancar apostas.
Uma prova, segundo essa fonte, seria a votação do Marco Temporal que serviu como um recado de que o centrão teria mais de 360 votos para qualquer coisa que quisesse, o que faz o seu preço por voto aumentar já que os parlamentares estariam impondo ao governo uma espécie de parlamentarismo.
Há uma avaliação também de que toda essa situação é esperada e normal, principalmente por conta da forma que se deu o processo eleitoral do ano passado e que o crescimento da bancada e da influência do agronegócio dificulta isso ainda mais, já que coloca o grupo em rota de colisão direta com o governo.
O foco do governo neste mandato seria a atração de bilhões em investimento-verde o que aumentaria ainda mais o poder de barganha dos parlamentares, tendo em vista que o conflito com o agro (que se opõe a este tipo de investimento) encareceria os votos para qualquer medida do governo na área ambiental.
Ainda segundo a avaliação das fontes da base, o governo ainda deve levar mais um ano para conseguir calibrar o discurso e conseguir acertar a relação com o Congresso Nacional.