Segundo boletim divulgado pelo Banco Central nesta terça-feira (30), a taxa média de juros do cartão de crédito rotativo subiu, em abril, para 447,5% ao ano. Em março, o percentual era de 433,3%.
De acordo com a instituição, este é o maior percentual desde 2017, quando a taxa chegou a 490% ao ano. Atualmente a linha de crédito mais cara no mercado brasileiro, o crédito rotativo do cartão é acionado por quem não consegue pagar o valor integral da fatura até a data de vencimento.
Com o alto valor, analistas recomendam que os usuários de cartão de crédito paguem integralmente o valor da fatura mensal. Em meio a isso, os empréstimos através de cartão de crédito rotativo bateram recorde em 2022 – segundo o BC, o crédito rotativo concedido pelas instituições financeiras chegou a R$ 341,7 bilhões.
No levantamento divulgado nesta semana pelo Banco Central, no mês de junho de 2022, a quantidade de cartões de crédito no Brasil era de 190,8 milhões – naquele período, praticamente o dobro da população economicamente ativa no país. No mesmo mês, 17 a 20% permaneciam com o uso do rotativo e do rotativo não migrado.
Em abril, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o juros desta modalidade prejudica a população de baixa renda e disse que iria negociar com as instituições financeiras.
“O desenho [do crédito do cartão rotativo] está prejudicando muito a população de baixa renda. Uma boa parte do pessoal que está no Serasa hoje é por conta do cartão de crédito. Não só, mas é também por cartão de crédito. E as pessoas não conseguem sair do rotativo. É preciso encontrar um caminho negociado como fizemos com a redução do consignado dos aposentados”, afirmou o ministro da pasta em coletiva de imprensa.