Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, desembarcou em Brasília no domingo à noite para participar de uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na segunda-feira. Esta é a primeira visita de Maduro ao Brasil desde 2015, quando esteve presente na posse da ex-presidente Dilma Rousseff.
Acompanhado pela primeira-dama Cilia Flores, Maduro foi recebido no aeroporto pela embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty. Sua presença no país estava proibida desde agosto de 2019, quando uma portaria emitida pelo então presidente Jair Bolsonaro proibiu a entrada de Maduro e outras autoridades venezuelanas.
Na terça-feira, Maduro participará de uma reunião com líderes de 12 países sul-americanos em Brasília, uma proposta feita pelo presidente Lula. Durante o encontro, como relatado pelo jornal O GLOBO, o presidente brasileiro deverá propor a criação de um mecanismo de integração, que poderá ser um organismo ou um fórum de discussões.
A ideia é que os líderes da região discutam em conjunto medidas de integração, infraestrutura e cooperação em áreas como saúde, educação, preservação ambiental, segurança alimentar e combate ao crime organizado nas fronteiras, deixando de lado questões ideológicas ou regimes políticos.
Até o último dia do governo Bolsonaro, o governo brasileiro reconhecia Juan Guaidó, líder opositor, como “presidente interino” da Venezuela. No início de março, por iniciativa de Lula, uma pequena delegação liderada pelo assessor especial da Presidência, Celso Amorim, foi a Caracas para um encontro de alto nível com Maduro.
Na ocasião, conforme reportado pelo O GLOBO, Amorim discutiu com o governo venezuelano a situação política do país, a importância das eleições presidenciais de 2024 e questões bilaterais, incluindo a dívida que a Venezuela possui com o Brasil, estimada em cerca de US$ 1 bilhão, sendo 80% desse valor com o BNDES.
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