Sputnik – Durante sua visita ao Quênia, o chanceler russo Sergey Lavrov respondeu a uma pergunta do correspondente da Sputnik sobre a iniciativa de paz africana para a crise na Ucrânia:
“Em relação à iniciativa africana, como já afirmaram publicamente mais de uma vez, talvez Washington e Londres não possam aceitar outra coisa senão a chamada ‘fórmula de paz’ de Zelensky, que eles vêm pressionando em todos os documentos do G7, Otan e UE e exigindo que todos aderir a ela”, disse Lavrov.
“Deixe-me lembrá-lo de que esta fórmula significa a retirada das tropas russas e a retirada da Rússia de todos os territórios – Crimeia, Donbas e outros novos territórios – as regiões de Zaporozhye e Kherson. Depois disso, um tribunal contra a Rússia e contra a liderança russa. E então, o pagamento das chamadas reparações. E somente depois de tudo isso, a Ucrânia concordará graciosamente em assinar um tratado de paz”, prossegue.
“Considerando isso há dois ou três anos, Zelensky disse que se alguém entre os cidadãos ucranianos se sentir russo, então, pelo bem do futuro de seus filhos e netos, vá e parta para a Rússia. Dado o que o Sr. Danilov e o Sr. Podolyak disseram, a saber, que após o retorno da Crimeia e dos territórios orientais da Ucrânia, eles destruirão tudo o que é russo lá, incluindo a destruição física dos cidadãos russos”, destaca.
“Esta posição do Ocidente e seu compromisso exclusivamente com esta fórmula bárbara e bestial de Zelensky significa que eles estão prontos para apoiar o genocídio. Não há mais nada para eu acrescentar aqui”, finaliza.
EdsonLuíz.
30/05/2023 - 08h07
Você tem razão, na preocupação com retaliação aos Russos étnicos por parte dos ucranianos, Paulo.
Os acontecimentos dilacerantes na Ucrânia levarão à intensificação de todos os ódios preexistentes. E será ainda pior se a Vitória for da Rússia, ficando os ucranianos ao mesmo tempo sequelados em seu próprio território pelas bombas e minas antipessoais da Rússia e humilhados pela derrota.
Mas é a partir dos valores democráticos e humanistas, que começaram a ser pensados exatamente na Europa e que desaguaram no iluminismo e no progressismo, que a Ucrânia terá a oportunidade de afirmar a sua busca por liberdade e emancipação do julgo histórico a que esteve submetida pela ditadura da Rússia na era soviética e já de antes, liberdade pela qual hoje prefere morrer a ser recolonizada pela ditadura de Vladimir Putin.
A superação de ódios étnicos por meio dos valores progressistas e democráticos inspirados pelo liberalismo político, em região de nacionalismos tão exacerbados, será a grande provação de uma Ucrânia plenamente integrada aos arejados valores humanos ocidentais.
Mas nos anos iniciaus será muito difícil ao governo da Ucránia controlar o ressentimento de sua população pelo que está sofrendo com os abusos da Rússia.
Paulo
29/05/2023 - 23h09
Eu confesso que tenho receio, sim, pelas hostilidades que russos étnicos poderão sofrer nos territórios eventualmente devolvidos pela Rússia a Ucrânia. É preciso uma solução negociada e uma paz vigiada nesses territórios, capitaneada pela ONU, com todas as garantias aos civis, que não têm culpa pela ignorância de seus compatriotas…Aliás, são e poderão vir a ser suas principais vítimas…Encerrem essa Guerra, custe o que custar!