As despesas de Jair Bolsonaro (PL) com segurança e equipe são as mais elevadas entre os ex-chefes de Estado do Brasil neste ano. Conforme os dados mais recentes divulgados pela Secretaria-Geral da Presidência da República, de janeiro a março de 2023, Bolsonaro e sua equipe custaram R$ 902,6 mil aos cofres públicos.
Conforme a legislação, ex-presidentes têm direito a seis funcionários para segurança, apoio pessoal e assessoria, além de dois veículos oficiais com motoristas após o término de seus mandatos. Desde 2021, os gastos relacionados a esses benefícios são divulgados em um site governamental com dados abertos.
O custo de Bolsonaro está principalmente associado à sua viagem aos Estados Unidos com sua equipe. Ele partiu em 30 de dezembro e retornou em 30 de março. Durante esse período, foram pagos R$ 638,2 mil apenas para a hospedagem, além de R$ 92,9 mil em passagens aéreas e R$ 8,8 mil em seguros. Os restantes R$ 162,6 mil foram destinados ao pagamento dos assessores que o acompanharam. Essas informações foram analisadas pelo UOL e pela Agência Fiquem Sabendo.
Conforme reportado pelo UOL na semana passada, assessores de Bolsonaro que foram alvo da Polícia Federal em um caso de fraude de carteiras de vacinação aumentaram seus ganhos por meio dessas atividades. No total, quatro assessores investigados receberam quase R$ 400 mil, mais do que o dobro do valor extra que receberam durante o mandato.
O montante recebido pela equipe do ex-presidente Bolsonaro é quase igual à soma das despesas de todos os outros ex-presidentes (R$ 1,1 milhão) no mesmo período.
Esses valores também representam um recorde para o período se comparados aos dados de janeiro a março dos dois anos anteriores, que são os únicos disponíveis até o momento no portal de dados da Presidência.
Relatórios de viagem dos assessores de Bolsonaro obtidos pelo UOL e pela Fiquem Sabendo não detalham como esses recursos foram utilizados ou quais atividades específicas foram acompanhadas pelo ex-presidente.
Os documentos apenas mencionam que, entre 1º e 30 de janeiro de 2023, as atividades da equipe de apoio foram destinadas a garantir a segurança, o suporte e o assessoramento do ex-presidente em uma “atividade privada”.
Além disso, não foram encontradas notas fiscais detalhando as despesas no Portal da Transparência.
O UOL entrou em contato com Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro e um dos advogados do ex-presidente, que afirmou que os custos estão relacionados à viagem de Bolsonaro aos EUA e assegurou que estão de acordo com a lei.
Lula e Dilma lideraram os gastos em 2021 e 2022
Considerando todo o ano de 2022, os ex-presidentes custaram R$ 7,6 milhões aos cofres públicos. O ex-presidente Lula (PT) teve as despesas de segurança e apoio mais altas, totalizando R$ 1,8 milhão, seguido pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT), com R$ 1,6 milhão.