O resultado das eleições regionais da Espanha neste domingo (28) mostra um avanço do conservadorismo no sul europeu. O Partido Popular (PP) foi o vencedor da disputa, deixando em segundo lugar – e com 750 mil votos a menos – o Partido Socialista Operário Espanhol (Psoe), do premiê Pedro Sánchez.
As eleições foram, em sua maioria, municipais e realizadas em 8.135 prefeituras em todo o país. Porém 12 das 17 províncias espanholas decidiram, também, os deputados estaduais. A direita se sobressaiu sobre a esquerda em todos os cantos do país.
A porta-voz do governo, Pilar Alegría (Psoe), admitiu não esperar o resultado favorável à direita após semanas de campanha eleitoral. “Temos que refletir sobre os próximos meses”, disse.
Em Madri, o PP venceu com folga, conforme o esperado. A surpresa, porém, ficou em Valência e Sevilha, onde a influência da esquerda era maior. Em Barcelona, o vencedor foi Xavier Trias, do partido Juntos pela Catalunha, que busca tornar a região independente de Madri e do país.
“Estamos numa maré de direita na Espanha”, afirmou em coletiva de imprensa Miguel Ángel Revilla, governador da Cantábria.
As porcentagens das eleições regionais mostram um crescimento significativo dos partidos conservadores espanhóis. O maior deles, o Partido Popular, aumentou 8 pontos percentuais desde 2019, enquanto o Psoe caiu um. A agremiação de ultradireita Vox duplicou seus números, de 3,5% para 7% em quatro anos.
José Luis Martínez-Almeida foi reeleito para a prefeitura da capital. Ele governa ao lado de 29 vereadores – mesmo número da maioria absoluta no conselho municipal. Isso significa que o conservador irá governar sem a necessidade de alianças, fato inédito desde 2011.
O avanço da direita é uma péssima notícia para Pedro Sánchez, que estava na defensiva frente a essa votação. Em novembro, daqui seis meses, ocorre a eleição legislativa nacional, que definirá o cargo do primeiro-ministro espanhol.
“O que está acontecendo em Madri é resultado de uma ação política efetiva contra uma esquerda que, querendo se apresentar como alternativa, é incapaz de criá-la”, afirmou a analista do El País, Máriam Martínez-Bascuñán.
As informações são da reportagem da Folha de S. Paulo.