O governo, tentando expandir sua base na Câmara, direcionou a maior parte das emendas parlamentares neste ano para o PT, partido do presidente Lula, e para os partidos do Centrão. As emendas são recursos financeiros previstos no Orçamento da União que o governo é obrigado a disponibilizar aos parlamentares. Esses recursos são utilizados por deputados e senadores para realizar obras e projetos em suas respectivas cidades e estados.
O ritmo de liberação das emendas está sujeito ao poder Executivo. Recentemente, houve reclamações por parte dos deputados em relação ao governo Lula, alegando que as emendas prometidas não foram devidamente liberadas.
Essa foi uma das razões pelas quais o governo enfrentou derrotas na Câmara nas últimas semanas. Um exemplo disso foi a rejeição pelos deputados de um decreto do presidente Lula que propunha modificações no marco do saneamento.
Na última semana, a Câmara aprovou a nova regra fiscal conforme desejado pelo governo. No entanto, em um novo contratempo, uma comissão mista do Congresso modificou uma medida provisória assinada por Lula, que tinha como objetivo reestruturar a organização dos ministérios. Além disso, somente nesta semana, o governo liberou um montante de R$ 1,3 bilhão em emendas.
Além do PT, os partidos que mais se beneficiaram de emendas na Câmara são aqueles que compõem o chamado Centrão, um grupo informal composto por parlamentares de tendência política de direita e centro-direita, conhecidos por estabelecer alianças com governos em troca de influência e cargos de destaque.
De acordo com o Painel do Orçamento Federal, os partidos que mais receberam emendas são os seguintes: o PT recebeu um total de R$ 346,1 milhões, seguido pelo PSD com R$ 234,8 milhões, a União com R$ 212 milhões, o PP com R$ 199,2 milhões e o MDB com R$ 176,5 milhões.
No Senado, a maior liberação de recursos ocorreu para os senadores do PSD, partido que faz parte da base do governo e cujo presidente da Casa é Rodrigo Pacheco, de Minas Gerais. Confira a lista com os valores liberados para cada partido: o PSD recebeu um total de R$ 241,1 milhões, seguido pelo MDB com R$ 148,9 milhões, o PT com R$ 76,5 milhões, o PSB com R$ 65,3 milhões e o PL com R$ 57,9 milhões.