Após uma disputa acirrada, o presidente Tayyip Erdogan foi reeleito presidente da Turquia. O resultado foi confirmado pelo o Conselho Eleitoral Supremo da Turquia após a abertura de mais de 99% das urnas. Erdogan alcançou 52,16% dos votos, enquanto Kemal Kilicdaroglu, líder da oposição, teve 47,84% dos votos válidos. Com a vitória, o presidente reeleito permanecerá no poder por, pelo menos, mais 5 anos.
“Chegou a hora de deixar de lado as disputas da campanha eleitoral e alcançar a unidade e a solidariedade em torno de nossos sonhos como nação. Não somos apenas nós que ganhamos, é a Turquia.”
Tayyip Erdogan em seu discurso de vitória
Com Erdogan reeleito, esse será o terceiro mandato dele com presidente da Turquia. Contudo, a história do mandatário como principal figura política do Estado turco já chega a marca de 20 anos. Em 2003, o então presidente foi eleito o primeiro-ministro e permaneceu no cargo até 2014, quando disputou a primeira eleição presidencial. Com uma reforma constitucional, em 2017, Erdogan extinguiu a república parlamentarista existente na Turquia e consolidou o presidencialismo como sistema político. Na época, o político foi extremamente questionado por estar consolidando todo o poder executivo em suas mãos.
Apesar da vitória, Erdogan encontra uma Turquia divida
A campanha eleitoral turca de 2023 foi marcada pelo nacionalismo exacerbado e troca de acusações. Apesar dos diversos problemas enfrentados pela população turca, como a altíssima inflação e a falta de apoio do governo após o terremoto que matou mais de 50 mil pessoas, a agenda conservadora foi o que garantiu a vitória de Erdogan.
Contudo, essas foram as eleições mais acirradas na recente história presidencialista da Turquia. Pela primeira vez, a disputa pelo cargo de Chefe de Estado foi para o 2º turno. Antes do 1º turno, as pesquisas apontavam para a vitória de Kemal Kilicdaroglu, que sofreu um revés, mas conseguiu levar o pleito para o confronto direto com Erdogan. Ao final primeiro turno Erdogan terminou a votação com 49,52% dos votos, Kilicdaroglu com 44,88%, Ogan com 5,17% e Ince com 0,17%.
O resultado mostrou que boa parte da população turca deseja por mudanças, principalmente com os problemas econômicos e sociais que a Turquia vem sofrendo. Kilicdaroglu conseguiu unir uma esquerda fragilizada e mostrar que, apesar da vitória, a autocracia de Erdogan na Turquia pode estar próxima do fim.