Crivella tem mandato cassado e está inelegível

Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), ex-prefeito do Rio e atual deputado federal pelo Estado teve o mandato cassado nesse domingo (28). Segundo o Globo, a juíza Márcia Capanema da Justiça Eleitoral do Rio de Janeiro determinou, além da cassação, aplicação de multa de R$ 433.290 e pena de inelegibilidade de 8 anos, a partir das eleições municipais de 2020.

Bispo, sobrinho de Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, Crivella tentou se reeleger prefeito em 2020, mas foi derrotado por Eduardo Paes (PSD-RJ). No entanto, conseguiu ser eleito nas eleições gerais de 2022 como deputado federal do Rio de Janeiro.

O ex-prefeito era alvo de uma ação proposta pela coligação PT e PCdoB em 2020, que o acusava de “prática de abuso de poder de autoridade e conduta vedada a agente público em campanhas eleitorais, com base na Constituição”.

Segundo os partidos, ele seria o mandante de um esquema que monitorava e impedia a comunicação de profissionais da prefeitura com a imprensa. Os servidores, em sua maioria do sistema de saúde da cidade do Rio, que tentavam denunciar a situação da pasta, eram sempre atrapalhados pelos chamados “Guardiões do Crivella”.

Os Guardiões foram identificados como servidores municipais que estavam sendo desviados de suas funções a mando do ex-prefeito. Isso caracterizava, de acordo com a juíza Capanema, “conduta ilegal”.

Márcia determinou que a decisão tinha caráter “pedagógico-preventivo”. Além disso, demonstrou repúdio às ações idealizadas por Marcelo Crivella.

Histórico

Crivella foi preso em 2020, dois dias antes de finalizar seu mandato como Prefeito do Rio. Ele era suspeito de comandar uma organização criminosa ao lado de Rafael Alves, funcionário da Prefeitura que negociava contratos públicos.

Segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, a quadrilha transformou a pasta em um “QG da propina”, arrecadando mais de R$ 50 milhões em facilitações de contratos. Empresas que pretendiam firmar contratos com a Prefeitura e queriam “furar a fila” deveriam pagar de 3% a 5% em propina sobre os valores dos contratos.

No início de fevereiro de 2021, Paula Fernandes Machado, Juíza do Tribunal de Justiça do Estado do Rio, determinou que o ex-prefeito fosse solto. Além disso, no dia anterior à decisão, Gilmar Mendes, Juiz do Supremo Tribunal Federal, havia revogado a prisão domiciliar do Bispo.