FDA permite que Neuralink, empresa de implantes cerebrais de Elon Musk, inicie os primeiros testes clínicos em humanos
O mundo hiperconectado de hoje ainda não é o suficiente para Elon Musk. Na última quinta-feira (25), a Reuters divulgou que a Agência reguladora de saúde dos Estados Unidos, a FDA (Food and Drug Administration, em inglês), permitiu que a Neuralink iniciasse os primeiros testes clínicos em humanos.
A empresa, que pertence a Musk, fabrica implantes cerebrais e já lutava para conseguir a aprovação da FDA. A ação da agência, segundo a Neuralink “representa um primeiro passo importante que um dia permitirá que nossa tecnologia ajude muitas pessoas”.
Não há muitos detalhes sobre os estudos e tanto a Neuralink como a FDA não responderam à perguntas feitas pela agência de notícias Reuters. A empresa de Elon afirma que ainda não estão recrutando, mas que irão divulgar novas informações em breve.
O empresário, que também é dono da Space X, Tesla e recentemente deixou o cargo de CEO do Twitter, mesmo tendo comprado a plataforma por 44 Bilhões de dólares, prevê que os implantes cerebrais ajudariam os seres humanos a lidarem melhor com uma série de condições. Segundo Musk, a obesidade, o autismo, a depressão e esquizofrenia seriam passíveis de “cura”, além disso, os implantes permitiriam navegação mental na internet e telepatia.
Elon Musk já delcarou algumas vezes, desde 2019, que a Neuralink iniciaria os testes em humanos, no entanto, a empresa só buscou a autorização da FDA no início de 2022. Na época, a agência reguladora recusou o pedido, segundo declarações de funcionários recolhidas pela Reuters em março.
A FDA apontou vários problemas, ainda sem explicação da empresa, que impediam a liberação dos testes em humanos. A agência questionava a Neuralink sobre como eles lidariam com a bateria de lítio dos implantes, sobre a possibilidade de migração dos fios dentro do cérebro e se seria possível retirar os dispositivos com segurança sem danificar o tecido cerebral.
Musk, em contrapartida, enfatizou sua confiança na segurança da empresa, quando no final de 2022 foi manchete em diversos jornais pelos EUA ao dizer que colocaria os dispositivos até em seus filhos.
A Neuralink, fundada em 2016, foi objeto de diversas investigações federais. Em maio deste ano, membros do congresso dos EUA pediram que agências reguladores investigassem se a empresa conduziu testes malsucedidos e apressados em animais. Além disso, um suposto transporte ilegal de chips removidos de cérebros de macacos contendo patógenos perigosos sem contenção adequada também está sendo investigado.
A empresa também foi procurada pela Reuters para comentar sobre as investigações, mas não respondeu.