A juíza da 13ª Vara Federal de Curitiba, Gabriela Hardt, determinou a suspensão de dois processos contra o advogado Rodrigo Tacla Duran. A medida foi tomada nesta sexta-feira (26), a pedido de Dias Toffoli.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) relembrou um despacho assinado por Ricardo Lewandowski antes de sua aposentadoria, em abril deste ano, que determinava a paralisação das ações contra Tacla Duran.
Toffoli pediu o envio das ações penais ao STF e afirmou que todos os recursos devem seguir o já havia sido determinado, permanecendo “sem que seja proferida nenhuma decisão interlocutória pelo juízo ou tribunais a quo“.
O objetivo da solicitação dos autos é analisar se o Ministério Público Federal (MPF) atendeu ao pedido de suspensão, que, segundo o ministro, não está sendo respeitado.
Tacla Duran é acusado na Lava Jato de lavagem de dinheiro para a Odebrecht. Em 2016, o então juiz Sérgio Moro determinou a prisão do advogado, que ficou três meses preso e conseguiu liberdade provisória, em fevereiro de 2017.
Nas investigações da Lava Jato, Tacla Duran admitiu emprestar contas de empresas dele no exterior para movimentar recursos da Odebrecht em paraísos fiscais do Caribe.
Tacla Duran disse em depoimento a Eduardo Appio, titular anterior da 13ª Vara Federal de Curitiba, que foi alvo de “bullying processual” no âmbito da Lava Jato e vítima de uma suposta tentativa de extorsão. Ainda em depoimento, que ocorreu no final de março, o advogado citou o ex-juiz Sergio Moro, hoje senador pelo União Brasil, e o ex-procurador Deltan Dallagnol, deputado federal cassado.
Com a prerrogativa de foro, Appio encaminhou ao STF os autos com as citações de outras figuras políticas e o processo passou a correr sob a relatoria de Lewandowski. Toffoli assumiu as ações após a aposentadoria do último ministro.