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Os recados de Lula em seu discurso

Depois de um dia “infernal” com batida de cabeças da base do do governo, crise entre assessores, acusações e “trocas de tiros” públicas entre ministros, o presidente Lula finalmente se pronunciou. Começou, acertadamente, fazendo uma defesa da política e depois disse que o dia anterior não foi tão ruim assim. Para os menos habituados com […]

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Foto: Ricardo Stuckert

Depois de um dia “infernal” com batida de cabeças da base do do governo, crise entre assessores, acusações e “trocas de tiros” públicas entre ministros, o presidente Lula finalmente se pronunciou.

Começou, acertadamente, fazendo uma defesa da política e depois disse que o dia anterior não foi tão ruim assim.

Para os menos habituados com o dia-a-dia em Brasília o discurso do presidente pode ser visto apenas como uma fala positivista mas acontece que ganhou quem tinha que ganhar. Vamos por partes.

Veja também: Os 5 problemas do governo segundo a própria base

Quando Lula faz a defesa da política ele pede, principalmente, para que ninguém decida se revoltar com o centrão e principalmente com os presidentes da Câmara e do Senado, respectivamente, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A última coisa que Lula quer ter que encarar é uma revolta nas ruas por um motivo simples: ou defende as ruas ou defende Lira e Pacheco.

Além disso, não dá para afirmar que foi uma “derrota” completa do governo, Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e a página do Partido dos Trabalhadores no Senado comemoravam efusivamente a aprovação do parecer que desfigura a Medida Provisória da reforma ministerial.

E é claro que tem muita gente dentro do próprio governo feliz com o enfraquecimento da agenda ambiental. Basta ver que ao governo liberou a própria bancada para a votação do Marco Temporal, embora todos os parlamentares petistas tenham votado contra, certamente fora do PT havia quem, da própria base do governo, defendia mais essa agressão. Para evitar o constrangimento, liberou a bancada.

Outra mudança que certamente agradou o Planalto – principalmente o presidente – foi o fortalecimento da Assessoria Internacional da Presidência da República, hoje comandada por Celso Amorim.

Lula também, obviamente acenou para sua própria base que nas ultimas 24h cobrou um posicionamento do presidente, a própria Ministra Sônia Guajajara também cobrou o presidente durante uma entrevista.

Já o outro recado claro do presidente é de que, para ele, o centrão não é a oposição. Na sua visão, o principal inimigo dos interesses dos brasileiros é o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e a taxa de juros. Ou seja, como diria o economista e marqueteiro James Carville: “É a economia, estúpido!”.

E também fica claro que Lula vai se concentrar mais no jogo político quando, após quase 6 meses de governo, afirma que “agora que começou o jogo”. Resta saber como ele vai fazer para ter um jogo de cintura com um Congresso cada vez mais toxicomaníaco por emendas.

E Arthur Lira? Como ele vai lidar com um presidente presente e que de fato governa o país? O grande poder do Congresso veio de quase 12 anos de presidentes que não tinham experiência ou habilidades políticas, principalmente nos últimos 4 quando Jair Bolsonaro flagrantemente abdicou do seu dever de governar o país e delegou todas as suas atribuições para o Congresso.

O cientista político Tiago Garrido, em uma publicação no Twitter, definiu isso perfeitamente ao afirmar:

“12 anos de presidentes sem proficiência na política. Dilma, Temer e Bolsonaro cada um teve seus próprios problemas: Dilma era avessa aos políticos, Temer era avesso aos eleitores e Bolsonaro era avesso à política”.

Lula não é Jair e isso é uma receita para um choque cada vez mais inevitável com o Congresso. Lula não vai conseguir mudar essa realidade sem qualquer ruptura radical. É recomendável num momento como atual? Nem um pouco! Mas é preciso entender que algumas soluções que não virão amanhã e tampouco neste mandato.

Por mais ágil que o mundo tenha se tornado, por mais rápida que seja a circulação de informações, não dá para fazer 12 anos em 4, a política se move em outro tempo.

A única coisa que tem efeito imediato e que pode “acelerar” a política é a economia. E é isso que Lula deixou claro no discurso de hoje: sua única arma é a economia.

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Cleber Lourenço

Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_

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EdsonLuíz.

25/05/2023 - 23h17

Até agora este governo não começou:: Lula, até agora não fez merda nenhuma a não ser apoiar k criminoso de guerra Vladimir Putin e se aliar com outros ditadores com Xi Jiping contra os países democráticos.

E não adianta Lula colocar a culpa da crise econômica em quem não tem:: os juros não estão altos por culpa de Roberto Campos não; os juros estão altos porque o Brasil está no buraco que o próprio Lula cavou entre 2007e2016. E depois veio Jair Bolsonaro e cavou mais um pouquinho.

Sabem uma das coisas que Lula fez a partir de 2011 para cavar o buraco em que o país está? Obrigou o Banco Central a baixar na marra a taxa de juros. Ou seja: Lula, em governos anteriores, fez a mesma coisa que ele está querendo que façam novamente agora com os juros, que é baixar os juros no grito sem ele cumprir sua obrigação de não fazer gastança.

Roberto Campos tem razão em relação aos juros::
=>Jair Bolsonaro fez gastança; Roberto Campos subiu os juros para a inflação não arrebentar com o pobre.
=>Lula desta vez ainda não fez gastança, mas, até agora, de bom Lula não fez merda nenhuma; Roberto Campos nem subiu nem baixou os juros, deixou os juros parados onde estava.

Se não tiver muitos Robertos Campos por aí para bloquear os populismos, Lula vai jogar o Brasil em um buraco maior ainda do que já jogou entre 2007e2016 e que nós estamos nesse buraco até hoje, buraco que Lula mesmo cavou e Bolsonaro aprofundou. Lula quer cavar mais o buraco.

Alexandre Neres

25/05/2023 - 21h28

O discurso de Lula foi cirúrgico.

A uma, porque não passou recibo e acusou o golpe, o que seria ncarado como um sinal de fraqueza, mas deixando entrever que está sendo chantageado por escroques.

Um moralista reagiria atacando com ferocidade os políticos, tachando-os de populistas, que são todos iguais, enquanto louvam o deus-mercado.

A duas, porque disse alto e bom som que a saída se dá pela política, fazendo um afago em quem está tentando puxar seu tapete. Só por meio da classe política encontraremos a solução, ainda que contingente e precária. Já vimos aonde desembocou a retórica moralista de um punhado de filhinho de papai, todos pertencentes à capitania hereditária da magistocracia paranaense.


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