Após ser eleito presidente da CPI do MST na última quarta-feira (17), o deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) se tornou objeto de investigação pela Polícia Federal (PF). A apuração foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e tem como foco suspeitas de seu suposto incentivo a atos antidemocráticos ocorridos no ano passado, após a eleição do presidente Lula.
Na última quarta-feira, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, encaminhou à PF uma representação dada ao Ministério Público Federal contra Zucco, para continuar as investigações. De acordo com o despacho emitido por Moraes, a representação indica que o parlamentar estaria supostamente envolvido em crimes ao patrocinar e incentivar atos antidemocráticos, tanto no território gaúcho quanto na cidade de Brasília.
No ano passado, Zucco já havia sido alvo de uma investigação por suposto apoio ao fechamento de estradas após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições. Além disso, suas publicações nas redes sociais, realizadas após o pleito, estão sob investigação.
O despacho de Moraes, que veio à tona através da revista Veja e foi obtido pelo jornal O GLOBO, foi encaminhado ao magistrado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, sediado em Porto Alegre, devido ao fato de concentrar uma série de investigações relacionadas ao tema no âmbito do Supremo Tribunal Federal.
Pelas redes sociais, neste sábado (20), o parlamentar fez menção à investigação, atribuindo-a a uma suposta motivação política. Sem fornecer maiores detalhes, Zucco insinuou que a decisão do STF ocorreu na mesma semana em que a CPI do MST foi instalada, sugerindo uma possível conexão entre os eventos.
“Justo nesta semana, que assumi a presidência (da CPI) que vai investigar invasões de propriedades privadas. Não existe nada em termos jurídicos que possa me preocupar, acredito que seja uma resposta política ao trabalho que vamos começar a desenvolver à frente dessa CPI”, indagou.