Nesta segunda-feira, o novo juiz da Operação Lava Jato, Eduardo Appio, da 13ª Vara de Curitiba, deu entrevista ao estúdio I, da Globo News. Segundo ele, as investigações sobre os acontecimentos da operação devem ter apenas compromisso com a verdade.
“não é vingança”. “Isso é um acerto de contas com a verdade, não com as pessoas”, afirmou o magistrado
É o momento de passar a limpo tudo que aconteceu. Se ocorreram ilegalidades, essas ilegalidades vão ser processadas e julgadas no tempo e modo devidos, garantido o devido processo, inclusive a intimação dos envolvidos”, explicou o juiz.
Paulo
22/05/2023 - 22h18
“E, ao fundamentar seus atos em citações sagradas, prossegue a política nos termos de seu velho Messias.”
Como assim, “velho Messias”? Refere-se ao Cristo, ungido de Deus? “O Pão Vivo que desceu do céu”? Ou ao falso Messias, Jair?
Não que eu referende o discurso evangélico, que acho inadequado à verdadeira mensagem do Evangelho…Mas é preciso por os pingos nos is para que separe o joio do trigo…
Dudu
22/05/2023 - 22h15
E um juiz precisa prometer isso ? Kkkkkkk
EdsonLuíz.
22/05/2023 - 20h38
Esse juiz, o Eduardo Ápio, usa nos computadores do poder judiciário e para trabalhar no que sobrou da Operaçào Lava Jato a senha ‘LU22’
Sim! Você pode não acreditar e daqui a pouco vem aqui algum gado de Lula ‘desmentir’ para confundir; disfarçar e enganar, mas esse juiz… (juiz?)…. Eduardo Áppio usa para trabalhar na Lava Jato a senha ‘LUL22’ !!
▪Um juiz que usa como senha na Operação Lava Jato uma declaração de campanha e de voto em Lula, que é o maior laráppio que a Lava Jato condenou pode ser juiz da Lava Jato?
Esse Eduardo Áppio, que usa como senha nos próprios computadores da Lava Jato uma declaração de campanha e voto no maior laráppio que a Lava Jato condenou, ser o juiz que assumiu o que sobrou da Lava Jato é um deboche de Lula, do Judiciário e do próprio juuz… (juiz?)… a todos nós brasileiros.
Bandoleiro
22/05/2023 - 18h58
Este equino das orelhas compridas é o que assina documentos oficiais como LULA22…?
E’ possivél que nem os juizes tenha um minima de limites, de estatura, de nivel neste fim de mundo, neste lugar perdido antes de nascer ?
Alexandre Neres
22/05/2023 - 18h28
Na cova dos leões – ANGELA ALONSO
Folha de S. Paulo
Religiosização da política só interessa a um lado, o da direita
O pastor pregava numa igreja Batista: “Neemias agiu. Se nós queremos mudar o sistema, precisamos orar, agir e apoiar medidas contra a corrupção”.
Era 2015, e Neemias foi do Velho Testamento ao sermão para justificar o avanço religioso sobre a política. Ao murar a cidade sagrada de Jerusalém, servira a dois senhores, o estado terreno (governou a Judeia) e o reino divino. Quem buscou o exemplo foi Deltan Dallagnon, que tinha 35 anos e uma missão.
Como a missão lava-jatista se cumpriu, é prudente atentar para suas profecias.
A mais recente veio em reação ao tuíste digno das narrativas bíblicas, quando o moralizador foi pego de moral curta. Legítima ou espúria, a cassação deu-lhe outro púlpito, o de perseguido.
Em meio a cartazes de “Perseguição política não é justiça”, discursou no estilo em que fez carreira, com a Bíblia e a Constituição confundidas.
A retórica cristã tem sido seu trunfo na trajetória curta entre a obscuridade paranaense e a luminosidade de Brasília. Daí equiparar sua sina às de José e Daniel.
O primeiro, vendido pelos irmãos como escravo, permitiu-lhe sintonizar com o grande mote contemporâneo da direita, o da primazia da liberdade.
O segundo lhe deu a camisa do crente, salvo da pena injusta pelo poder da fé. Trata-se de Daniel, acusado de traição ao rei por orar a Deus. O soberano pôs a divindade concorrente à prova, trancando o infiel numa cova com leões. O salvamento foi por graça divina.
Já os acusadores provaram a inclemência terrena, devorados pelos felinos. Uma mensagem de revanche: Dallagnol está na cova, mas quando sair, condenará os inimigos ao suplício.
À diferença de Daniel, vai comboiado à vingança. O protesto contra sua cassação ajuntou do 03 à deputada de tiara de florzinha, a que votou contra a equiparação salarial entre os gêneros e insinuou usar metralhadora contra Lula.
O ato de desagravo exibiu uma arca da aliança, que o pastor chamou de “a direita unida contra a arbitrariedade”. Nela cabem muitos pecadores.
A cruzada moral é para salvar um mundo corrompido desde a expulsão do Paraíso.
Exemplos religiosos e ações políticas se embaralham, enraizando a moralidade pública em uma moral privada particular, de tipo religioso. Avoca o monopólio da honra e da correção à sua igreja política, já os adversários seriam todos corrompidos.
Os últimos anos mostraram o poder político desta retórica moralizadora, que opõe impolutos e conspurcados. Suscitou nada menos que paixão nacional. Por isso o “tombo”, palavra do caído, serviu para regar o terreno laico da política partidária com os valores de uma seita.
Dallagnol, como Daniel, vive uma provação, mas promete voltar fortalecido, graças à fé em Deus e nas “344 mil vozes caladas”, as dos eleitores que o sufragaram. Não na Constituição.
A língua religiosa da oposição acabou na boca do governo, que devia ser laico. O ministro da Justiça se saiu com o evangelho de Mateus: “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!”
Ao adotar a linguagem do inimigo, aceita-se o debate político nos seus termos. E se cai na armadilha de falar mais de moral que dos problemas do país.
A religiosização (com perdão do neologismo) da política só interessa a um lado. A direita se move desenvolta nesse léxico. E, ao fundamentar seus atos em citações sagradas, prossegue a política nos termos de seu velho Messias.