De acordo com pesquisadores da PUC, UFRGS e Universidade de Lisboa, conteúdos questionando as urnas eletrônicas e atacando o sistema judiciário, que foram publicados nos últimos dois anos, continuam disponíveis nas principais plataformas digitais, revelando a falta de agilidade das empresas em detectar violações às suas políticas.
Segundo o GLOBO, publicações antigas contendo desinformação causam preocupação devido ao risco de ressurgirem em outras plataformas, como WhatsApp e Telegram, levantando questionamentos sobre o grau de efetividade das políticas das empresas em combater essas violações.
Os pesquisadores identificaram exemplos alarmantes, como vídeos no YouTube nos quais a deputada federal Bia Kicis (PL-DF) questiona a confiabilidade das urnas eletrônicas. Além disso, encontraram uma postagem do canal Folha Política que apresenta a leitura de um artigo contendo ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e um apelo à intervenção militar.
Existe também outro caso envolvendo um vídeo do pastor Silas Malafaia, que está disponível no YouTube e Twitter. Nesse vídeo, um aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, o pastor Malafaia, faz ameaças ao ministro Alexandre de Moraes e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
As plataformas frequentemente citam seus esforços de moderação durante as eleições como prova de que estão agindo para evitar conteúdos problemáticos e como uma alternativa à regulamentação proposta pelo Projeto de Lei das Fake News, atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados.
No entanto, os pesquisadores enfrentam dificuldades para acompanhar efetivamente essas ações, devido à falta de transparência no processo de moderação e na identificação de violações das regras, que muitas vezes envolvem um uso significativo de automação. Essa questão é um dos focos principais do projeto de lei em discussão na Câmara dos Deputados.
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