Jantar oferecido pelo premiê japonês e conversa com chanceler da Alemanha fecham agenda do dia. Neste domingo, foram previstas novas reuniões bilaterais. Zelenski pediu encontro com presidente brasileiro.
Publicado em 20/05/2023
DW — O segundo dia da viagem ao Japão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi encerrado com um jantar oferecido pelo primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, neste sábado (20/05) aos líderes que participam da cúpula do G7. Antes Lula reuniu-se com o primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz.
Os dois debateram sobre construção de caminhos para a reconstituição da paz na Ucrânia e sobre a agenda ambiental. Eles também acertaram a segunda edição das Consultas Intergovernamentais de Alto Nível Brasil-Alemanha, prevista para 4 de dezembro, em Berlim.
As consultas consistem em encontros bianuais entre os chefes de governo dos dois países, acompanhados de membros de alto escalão de seus gabinetes. O objetivo é avaliar e promover parcerias, identificar campos para cooperação e aprofundar o diálogo sobre temas da agenda global.
Em seu perfil na rede social Twitter, Lula escreveu que foi um prazer reencontrar Scholz. “Já estivemos juntos este ano no Brasil, e agora, no Japão, reafirmamos a retomada das boas relações entre nossos países, com diálogo e cooperação”.
O encontro com Scholz foi o último de um dia cheio em Hiroshima, onde Lula participa da cúpula do G7, como chefe de governo de um dos oito países convidados. O presidente brasileiro participou de duas reuniões com as lideranças de outros 14 países e da União Europeia, além de ter tido reuniões bilaterais com Kishida; com o presidente da Indonésia, Joko Widodo; com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, e com o presidente francês, Emmanuel Macron.
“Muitos diálogos importantes nessa volta do nosso país a um encontro do G7. Amanhã tem mais!”, Lula escreveu no Twitter, ao comentar sobre as reuniões deste sábado.
Com Macron, Lula conversou sobre a proteção da Amazônia, a guerra na Ucrânia, cooperação em defesa e ampliação de trocas na área da cultura. Depois do encontro, o presidente francês publicou, em seu perfil no Twitter, sobre as relações entre Brasil e França.
“Em Paris, em junho; no G20 na Índia, em setembro; e depois no Brasil, no ano que vem; vamos forjar um pacto financeiro contra a pobreza, pelo clima e pela natureza”, escreveu Macron, cuja mensagem foi retuitada pelo presidente brasileiro, com uma versão em português para o texto.
Pedido de Zelenski
Lula chegou ao Japão na sexta-feira. Neste domingo, terceiro dia de viagem ao Japão são previstas novas reuniões bilaterais e mais um encontro do G7. A agenda começa às 20h30 deste sábado no horário de Brasília (8h30 de domingo no horário de Hiroshima), com uma visita dos líderes do G7 e países convidados ao Parque Memorial da Paz, um monumento às vítimas do bombardeio nuclear americano à cidade japonesa na Segunda Guerra Mundial.
Depois da visita, são agendados encontros bilaterais com os primeiros-ministros do Canadá, Justin Trudeau, e da Índia, Narendra Modi. Em seguida, ocorre a terceira sessão de trabalho do G7, com o tema Rumo a um mundo pacífico, estável e próspero.
Já na madrugada de domingo (à tarde no Japão), Lula tem encontros com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres; com o primeiro-ministro do Vietnã, Pham Minh Chinh; com o presidente das Ilhas Comores, Azali Assoumani; e com conglomerados empresariais e banco de financiamento japoneses.
Segundo o portal G1, Lula não havia decidido neste sábado se aceitaria o pedido para uma reunião bilateral com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, durante a cúpula do G7. Fontes do Itamaraty informaram que a indecisão se deve à percepção de pressão exercida sobre Brasil e da Índia para a adoção de uma postura mais alinhada à narrativa ucraniana sobre a guerra com a Rússia. Lula tem tentado assumir uma posição de neutralidade sobre o conflito.