Refinaria privatizada continuará a praticar o PPI, apesar do fim do mecanismo anunciado pelo governo
“O povo baiano tem que ficar atento, pois, infelizmente, não poderá comemorar a boa notícia do fim da política de preço de paridade de importação (PPI), divulgada na última terça-feira, 16, pelo presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates. Isso porque temos na Bahia uma refinaria que foi privatizada, vendida por menos da metade de seu valor de mercado, para o fundo árabe Mubadala, e administrada pela Acelen. Com isso, constituiu-se o monopólio privado regional, no qual a Acelen pratica os preços de combustíveis os mais caros das capitais do país e só perde para a refinaria do Amazonas, a Reman, também privatizada”.
O alerta é do coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, para quem a Acelen deve explicações aos baianos. “A Acelen já disse que vai continuar praticando preços de PPI. O que a empresa está dizendo, na realidade, é que vai seguir adotando referências internacionais para reajustar seus produtos, ou seja, sobem os preços do petróleo, do dólar e os custos de importação, sobem também os preços dos derivados da Acelen no mercado interno”.
Privatizada em novembro de 2021, a atual refinaria de Mataripe, antiga refinaria Landulpho Alves (Rlam), localizada em São Francisco do Conde, na região metropolitana de Salvador, pratica desde então os preços mais altos do país, em média.
“Nem mesmo a queda do preço da gasolina nacionalmente, no ano passado, em função da redução do cálculo do ICMS, tirou da Bahia o título do combustível mais caro do Brasil, com o litro custando, na ocasião, R$ 0,50 a mais do que no resto do país”, lembra Bacelar, apontado ainda a situação já registrada no estado baiano de desabastecimento de alguns produtos, como o de gás de cozinha e de óleo combustível de navio, porque a Acelen resolveu exportar tudo.