O tenente-coronel Mauro Cid, ex-assistente pessoal de Jair Bolsonaro, será interrogado hoje pela Polícia Federal no inquérito que investiga um possível esquema de fraude relacionado aos cartões de vacinação contra a Covid-19. Essas fraudes beneficiariam Bolsonaro, sua filha, Cid e seus familiares.
Cid foi preso no dia 3 de maio como parte de uma operação da PF, que também realizou buscas na residência de Bolsonaro.
De acordo com os investigadores, informações falsas foram inseridas de maneira irregular no sistema do Ministério da Saúde, alegando que Bolsonaro e sua filha haviam sido vacinados. O ex-presidente, Cid e outras pessoas próximas estão sendo investigados por sua suposta participação nessa inclusão de dados.
A PF afirma que comprovantes de vacinação foram baixados do aplicativo ConecteSus, do Ministério da Saúde, com base nessas informações falsas. Posteriormente, os registros de vacinação foram excluídos do ConecteSus.
Tudo isso ocorreu no final de dezembro, poucos dias antes de Bolsonaro, sua filha e pessoas próximas viajarem para os Estados Unidos. A PF suspeita que as informações falsas tenham sido inseridas para beneficiar Bolsonaro e sua família, facilitando sua entrada nos EUA.
Em seu depoimento na última terça-feira (16), Bolsonaro negou qualquer conhecimento sobre a participação de Cid nesse esquema. Ele também negou ter orientado ou ordenado a fraude nos registros de vacinação.
O ex-presidente afirmou que Cid era responsável por gerenciar sua conta no aplicativo ConecteSUS.
Além de Bolsonaro e sua filha, a investigação da PF revelou que certificados de vacinação falsos foram emitidos para Mauro Cid, sua esposa – que prestará depoimento na sexta-feira (18) – e três filhas do ex-assistente pessoal.
De acordo com o blog da jornalista Andréia Sadi, a PF já concluiu a perícia em um celular apreendido com Mauro Cid, e esse material será utilizado para novos questionamentos hoje.
Entre as evidências obtidas na perícia, estão mensagens em que Cid fornece orientações de pagamento em dinheiro vivo para assessoras da então primeira-dama Michelle Bolsonaro.