Sputnik – O tenente-coronel americano Daniel Davis afirmou que é hora de os EUA aceitarem que não podem vencer a Rússia no campo de batalha.
De acordo com o oficial, Washington deve planejar sua estratégia na Ucrânia com base no fato de que o Exército de Kiev não sairá vitorioso do conflito contra a Rússia.
“Eu falei sobre isso desde o começo [do conflito]. Precisamos aceitar essas realidades militares, que se tornaram complicadas na zona de conflito. Não será possível assegurar uma vitória militar sobre a Rússia […]”, afirmou o tenente-coronel.
Além disso, ele observou que, mesmo que Kiev tente atacar ou colocar alguma ameaça à Crimeia, o que é pouco provável, a Rússia então poderia começar a tomar medidas mais sérias, incluindo a utilização de armas nucleares, um cenário catastrófico que não interessa a ninguém.
O militar também enfatizou que o fornecimento limitado de armas não ajudará Kiev a ter sucesso em seu objetivo, e que os EUA devem primeiramente cuidar de si mesmo e da OTAN, sendo que a Ucrânia não é uma das prioridades críticas do país.
Davis também recordou que as autoridades militares norte-americanas já afirmaram por diversas vezes que não vêm saída para a Ucrânia, o que mostra que os EUA precisam elaborar um plano estratégico para pôr fim ao conflito, em vez de prometer apoio incondicional ao regime de Kiev.
“Nós fornecemos 31 tanques Abrams, o equivalente a um batalhão de tanques. Nos muitos quilômetros da linha de frente entre os dois exércitos, esse batalhão não serve para nada e não mudará a situação”, destacou o militar.
Com isso, o tenente-coronel critica as autoridades norte-americanas, questionando os objetivos e interesses no conflito ucraniano.
“Sinceramente, nós não temos estratégia, apenas pegamos e jogamos diferentes equipamentos militares, que os EUA querem se livrar, lá [na Ucrânia] […] Mesmo assim, é um número limitado, visto que já estamos usando nossas reservas. Quanto mais munições e armas fornecermos, menos sobrará para os EUA em caso de necessidade”, afirmou.
Por fim, o militar volta a questionar o envolvimento dos EUA e da OTAN, enfatizando que o conflito, mesmo com uma pouco provável vitória da Ucrânia, não justificará o investimento americano e será pouco benéfico para o país e seus aliados.