O presidente Lula chega em Hiroshima, no Japão, na noite desta quinta-feira (18) para participar do encontro de líderes globais.
A reunião do G7 reúne os Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e o Canadá de sexta-feira (19) até domingo (21). Foram convidados, também, os países do Sul Global, inclusive Lula, que comparece pela sétima vez.
Há alguns eixos definidos que sintetizam as pautas da cúpula, entre eles, “fortalecer o vínculo com o Sul Global” e “defender a ordem internacional”, num cenário vigente de guerra entre Ucrânia e Rússia e os atritos entre potências, como EUA e China.
Para o primeiro ponto, os líderes da chamada “troika do G20” foram convidados. O grupo de países ricos e emergentes é composto pelo Brasil, futuro presidente, Índia, presidente em 2023 e Indonésia, que liderou no ano anterior.
A confirmação de Lula só foi feita na última semana. O presidente do Brasil hesitou em ir ao encontro e cobrou maior participação para os emergentes convidados. É previsto que ele discurse sobre economia, clima e paz, três elementos recorrentes e ampliados pelo diálogo com o Sul Global.
O assessor especial da política externa de Lula, Celso Amorim, não vai participar da viagem devido a problemas de saúde. No entanto, em entrevista à Folha de S. Paulo, o ex-chanceler adiantou alguns tópicos que serão abordados pelo presidente.
Celso Amorim confirma que Lula “fará uma defesa do multilateralismo”, como tem feito regularmente, e haverá um esforço para reapresentar o Brasil aos principais atores mundiais.
Já foram confirmadas, até o momento, seis reuniões bilaterais de Lula. A primeira é com o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, nesta sexta-feira (19).
O Itamaraty informou, também, os diálogos com os presidentes da Indonésia, Joko Widodo, e da França, Emmanuel Macron; os primeiros-ministros da Alemanha, Olaf Scholz, e do Vietnã, Pham Minh Chinh; e o secretário-geral da ONU, António Guterres.
No domingo (21), Lula irá se encontrar com representantes dos grupos empresariais japoneses Mitsui, NEC, Nippon e Toyota, e do banco de financiamento JBIC.
A cúpula dos países de floresta tropical deve ser discutida entre o presidente e Widodo, que acontece em julho na República Democrática do Congo. O Brasil e a Indonésia, grandes países com florestas do gênero, foram convidados a participar.
Para Amorim, a formação de outro bloco multilateral é possível: “são foros de geometria variável, porque em certos temas você tem um fator que aproxima os países, neste caso, as florestas tropicais”, disse.
Além disso, o assessor respondeu também a respeito da “troika do G20”. Segundo ele, a atenção dada ao Brasil, Índia e Indonésia pode ser para afastar da China os grandes emergentes, apesar de ser uma tarefa impossível.
“Não faz sentido tentar isolá-la. Tudo bem que o G7 tenha lá a política dele, que queira ter propostas e discutir. Mas é claro que, se você quer soluções globais, é impossível fazê-lo sem a China. Na realidade, também a Rússia, mas ela tem dificuldades específicas no momento”, afirmou Amorim.