Há 25 anos, a Ford divulgou seus planos de estabelecer uma usina no estado do Rio Grande do Sul. Naquela época, o governador era Olívio Dutra, do Partido dos Trabalhadores. Embora o terreno tenha sido concedido à montadora, não foi possível chegar a um acordo em relação aos incentivos fiscais oferecidos. O governador expressou sua insatisfação, destacando que a empresa exigia benefícios que não eram disponibilizados para as empresas brasileiras. Ele acrescentou que, se a Ford achasse que o Brasil não atendia mais aos seus interesses, ela partiria sem olhar para trás.
Em face dessa situação, a Ford optou por se instalar na Bahia, encerrando suas operações em Camaçari dois anos atrás e deixando milhares de pessoas desempregadas.
Vinte e cinco anos se passaram desde então, e o terreno que originalmente seria utilizado pela Ford foi concedido pelo governo do Rio Grande do Sul à Aeromot, uma fabricante de aeronaves. Na semana passada, Guilherme Cunha, presidente da empresa, esteve em Brasília, onde anunciou seus planos de expansão ao vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. O Brasil abriga a segunda maior frota de aviação executiva do mundo e está em um processo de retomada na construção de aeronaves leves.
A nova unidade no Rio Grande do Sul receberá um investimento de mais de 300 milhões de reais e tem a expectativa de gerar 1.500 empregos. A Aeromot, fundada em 1967, é uma das empresas mais antigas do país no setor aeronáutico e almeja estabelecer o parque de montagem como um modelo para operações em outros estados. Estima-se que o faturamento anual da empresa atinja 500 milhões de reais.
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