Parece que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o dia 8 de janeiro virou água no Congresso Nacional, o prazo acordado entre os líderes para indicação dos nomes para a comissão terminou nesta terça-feira (16) sem qualquer definição de boa parte dos nomes a serem indicados pelos partidos e blocos partidários.
O clima no Congresso é bem semelhante ao clima no Palácio do Planalto que está absolutamente tranquilo e despreocupado com a CPMI.
Segundo uma fonte no Congresso Nacional, “só se fala em outra coisa” por lá. Desde o novo marco fiscal até as negociações entre parlamentares e governo envolvendo cargos e emendas, além de votações rumorosas como o PL 2630 que busca regular as redes sociais.
Já há um entendimento no Congresso de que a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro irá se agravar sozinha e também não há uma grande disposição deles (assim como do Planalto) de se indisporem com os militares, situação que todos acreditam que será resolvida não só com as investigações da Policia Federal, como também da PEC antigolpe articulada em conjunto entre o Ministro da Defesa, José Múcio e o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP).
Além disso, o govenro está em vias de lançar o que até o momento é conhecido como “Novo Pac” (Programa de Aceleração do Crescimento) que irá beneficiar uma série de municípios e estados, buscando gerar emprego e renda pro todo o país e consequentemente nas bases de diversos parlamentares. E ainda há a Reforma Tributária além de uma série de outras pautas de interesse não só do executivo federal mas dos presidentes das casas legislativas.
E mesmo que a CPMI seja instalada amanhã ou na semana que vem, o assunto, pelo menos no govenro, não será tratado com prioridade. Mesmo com o deputado Rodrigo Maia (União-BA) afirmando que ela será instalada na semana que vem, ainda há quem veja a declaração com descrença e afirme que até mesmo a oposição colocou a comissão de lado.
Infelizmente o Brasil pode ter perdido o tempo e o momento para investigar e expor para todo o país a série de ações e omissões que nos levaram para o dia 8 de janeiro, infelizmente precisaremos esperar o próximo episódio para tentar, mais uma vez, passar a limpo a relação tóxica que a República tem com as forças armadas.
Viramos mais uma vez a página sem sequer lê-la.