Casos de homofobia no futebol brasileiro aumentam 76% em 2022, aponta relatório divulgado pela CBF

Imagem: Reprodução

AGÊNCIA BRASIL – Segundo um relatório do Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ+, houve um aumento de 76% nos casos de homofobia no futebol brasileiro em 2022, em comparação com o ano anterior. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (17), Dia Internacional de Combate à LGBTfobia, pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

De acordo com o relatório anual do coletivo, ocorreram 74 casos de preconceito em 2022, enquanto o ano de 2021 registrou 42. Em 2020, com os campeonatos paralisados por meses devido a pandemia de covid-19, o levantamento identificou 20 casos de homofobia. 

Segundo o coletivo, os casos registrados em 2022 são de xingamentos em campo, cânticos homofóbicos em estádios e comentários ofensivos. 

“São casos que se repetem toda semana, é uma luta complexa e desafiadora. Há clubes que já detectaram isso e trabalham o tema com seus jogadores, funcionários e torcedores. Mas ainda é insuficiente. A LGBTfobia é um mal social que se alastra em todos os ambientes, em especial no futebol. Essa intolerância motivada por ódio e discriminação é profundamente violenta e deixa marcas profundas. Temos uma pesquisa de 2018 que indica que 62,5% dos LGBTQ+ brasileiros já pensaram em suicídio”, comentou Onã Rudá, fundador do coletivo, em depoimento ao site da CBF”, disse Onã Rudá, fundador do coletivo, à CBF.

CASOS SE REPETEM EM 2023

Na última rodada da Série A do Campeonato Brasileiro a partida entre Corinthians e São Paulo foi paralisada por quatro minutos pelo árbitro Bruno Arleu de Araújo, após a torcida Corinthiana fazer cânticos homofóbicos contra o rival. “Vamos, Corinthians, dessas bichas teremos que ganhar”, cantaram.

Um aviso chegou a ser exibido no telão do estádio informando que “É proibido emitir cânticos discriminatórios, racistas, homofóbicos ou xenófobos”. Na sequência, os torcedores aumentaram a intensidade dos gritos.

De acordo com o Regulamento Geral de Competições de 2023 divulgado pela CBF, os clubes podem sofrer punições em casos de discriminação, como advertência, multa de R$ 500 mil, perda de pontos no campeonato e proibição do registro de transferência de atletas.

Raphael Lacerda: Raphael Lacerda é estudante de jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Atualmente, escreve sobre esportes, política e participa da cobertura do carnaval carioca.
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