A vereadora Flávia Borja (PP) apresentou um projeto de lei para trocar o nome do elevado Dona Helena Greco, fundadora do PT em BH e militante contra a ditadura, para “Professor Olavo de Carvalho”, no bairro Carlos Prates, na capital mineira.
Na justificativa do projeto, Flávia afirma que Olavo de Carvalho, que morreu no início de 2022 nos Estados Unidos, foi um “grande referencial para o pensamento político brasileiro”. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) decretou luto oficial no país um dia após o falecimento do escritor.
Olavo de Carvalho foi um pensador e escritor brasileiro próximo ao ex-presidente até o começo do mandato, em 2018. Ele exerceu influência na formação da chamada “nova direita” e, durante a pandemia de Covid-19, criticou inúmeras medidas sanitárias, além de questionar a letalidade do vírus em uma coleção de postagens nas redes sociais. Em uma delas, em maio de 2020, ele afirma que o “suposto vírus mortífero não passa de historinha de terror”.
A causa da morte de Olavo não foi confirmada, mas, dias antes, ele anunciou que havia contraído covid-19.
O projeto de lei de Flávia Borja ainda está na Comissão de Legislação e Justiça. O relator, Ramon Bibiano (PSD), enviou à Prefeitura de Belo Horizonte uma série de perguntas antes de emitir o parecer. Entre elas, de acordo com o portal Itatiaia, Ramon questiona se o homenageado já foi condenado judicialmente por crime hediondo, crime contra o estado democrático ou crime contra a administração pública.
O atual nome do viaduto é uma homenagem a Helena Greco. Ela foi uma das fundadoras do PT em Belo Horizonte e uma das mais importantes ativistas dos direitos humanos, cidadania e política no país. Ela foi a primeira mulher a ser eleita vereadora na cidade, em 1982, e lutou contra a ditadura militar. Helena fazia parte do Movimento Feminino pela Anistia em Minas Gerais. As informações são da reportagem do jornal O Tempo, O nome do viaduto é Helena Greco.
Em 2014, foi o vereador Tarcísio Caixeta (PT) quem mudou o nome do elevado. Antes disso, o nome era em homenagem ao primeiro presidente da ditadura militar, Humberto Castello Branco.
Nas redes sociais, a tentativa de troca da vereadora teve repercussão negativa. Júlia Greco, neta da militante, publicou a insatisfação: “Dona Helena Greco é minha avó. Essa vereadora vai ter que passar por cima da minha família, que é pequena mas não é bagunça.”
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!