Todas as faixas tiveram desaceleração inflacionária no mês, com exceção das famílias de renda muito baixa
Publicado em 16/05/2023 – 12h21
Ipea — O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda referente a abril de 2023 registrou desaceleração para todas as classes de renda pesquisadas, com exceção do segmento de renda muito baixa (0,60%), na comparação com março. Os dados, divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada nesta terça-feira (16), mostram que, em termos absolutos, a maior taxa inflacionária de abril foi verificada no segmento de renda alta (0,68%), enquanto as demais classes ficaram em patamares muito próximos, em torno de 0,60%.
No acumulado de 2023, até abril, a classe de renda muito baixa apresenta a menor taxa de inflação (2,31%), enquanto a mais alta é registrada entre as famílias de renda alta (3,00%), conforme gráficos abaixo:
O reajuste de 3,6% dos produtos farmacêuticos fez com que o grupo “saúde e cuidados pessoais” se tornasse o principal ponto de pressão inflacionária em abril. Para as famílias de maior renda, no entanto, o maior impacto partiu do grupo “transportes”, sobretudo por causa do aumento de 12% das passagens aéreas. Embora em menor intensidade, as altas dos alimentos no domicílio, principalmente cereais (1,2%), tubérculos (4,1%) e leites e derivados (2,9%), também contribuíram para a inflação de abril em todos os estratos de renda.
Na comparação com abril de 2022, houve uma forte desaceleração na taxa de inflação para todas as classes. Esse recuo foi possibilitado, em grande parte, pela melhora no comportamento dos alimentos no domicílio, cuja alta de 0,73% em abril deste ano ficou bem abaixo da registrada no mesmo mês de 2022 (2,6%). De modo semelhante, a trajetória do grupo “transportes”, em especial dos combustíveis – com deflação de 0,44% em abril de 2023 ante variação positiva de 3,20% em 2022 –, ajuda a explicar o cenário de descompressão inflacionária corrente.
No acumulado em 12 meses, até abril, todos os segmentos de renda apontam nova desaceleração da inflação. Com exceção do segmento de renda alta, cuja taxa está em 6,1%, as demais classes registram variações acumuladas entre 3,9% e 4,5%.
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