A Polícia Federal expôs suspeita de que o tenente-coronel Mauro Cid teria usado verba pública para pagar despesas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
O esquema, também chamado de “rachadinha”, foi revelado pela PF após encontrar mensagens no WhatsApp de Cid. O relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) indica que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro usou a verba do Palácio do Planalto ilegalmente, com saques em espécie e fracionados com gastos de Michelle Bolsonaro e pessoas ligadas a ela.
“Ressalta, porém, que dos dados analisados, é possível identificar indícios do ‘uso do suprimento de maneira ilegal com saques em espécie dos recursos e depósitos em espécie, de maneira fracionada, fato que dificulta a identificação dos responsáveis pelas transferências’, não havendo evidência de que as pessoas beneficiárias dos pagamentos possuem relação com a Presidência da República que justifique tais recebimentos de recursos possivelmente públicos”, afirma o texto.
Segundo o portal Uol, a PF identificou depósitos em dinheiro vivo para Michelle Bolsonaro feitos por Mauro Cid. Nas conversas publicadas entre o militar e os assistentes da ex-primeira-dama nesta segunda-feira (15), Cid se mostra preocupado com os pagamentos de despesas e ainda orienta que sejam feitos em dinheiro para “evitar interpretações equivocadas”.
A defesa da família Bolsonaro negou irregularidades e justificou com “absoluta convicção” de que os pagamentos eram feitos com recursos privados e próprios. Os repasses totalizaram R$ 8.600 e não possuem origem clara.