Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, expressou, nesta segunda-feira (15), críticas à estratégia de articulação política adotada pelo governo de Lula (PT). De acordo com Lira, o PT tem centralizado as operações, limitando as oportunidades de outros partidos se envolverem no cenário político.
Arthur afirmou, em entrevista à BandNews, que o governo está apresentando dificuldades. “O que há, não é só com a Câmara, mas no Senado também, é uma dificuldade do governo. Essa situação é colocada no bastidor, o que eu penso e apelo, é que o governo precisa de três movimentos: […] descentralizar, confiar e delegar. Ele descentralizando, confiando e delegando, ele melhorará sua articulação politica”, disse.
“O momento está muito centralizado no PT, não tem aberto a mão para posições de articulação de sua base aliada [no Congresso Nacional] e tem vários deputados que foram aliados do presidente já na eleição”, criticou Lira. Para ele, a articulação deveria ser compartilhada, em partes, entre os parlamentares que já estavam no governo antes da eleição e não apenas centralizadas naqueles que se juntaram posteriormente.
Com exceção do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, encarregado da articulação política do governo, e do líder do governo no Congresso, que pertence à Rede, todos os demais cargos nessa área são ocupados por membros do PT. Os partidos do Centrão foram excluídos dessas posições.
“Vereador, deputado, prefeito, governador, presidente da República, senador, ninguém se elege para errar, para não cumprir sua missão, eu parto do princípio da boa-fé. O presidente Lula não é diferente, ele é um homem vitorioso por ter presidido o país duas vezes, sofreu o que sofreu, teve o reconhecimento democrático do país e num país dividido, mas teve”, afirmou.
“Temos de pensar da seguinte maneira, ele [Lula] é um homem de 77 anos, que tem essa vontade de fazer as mudanças estruturantes sociais no país, foque nisso”, comentou. “Foque em diminuir desigualdades, em tratar o social, na saúde, educação, foque no que sempre o representou como homem de esquerda, de pautas sociais”, finalizou.
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