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Eleição na Turquia deve ser decidida no segundo turno

Há 20 anos no poder, presidente Erdogan fica pouco abaixo dos 50% de votos necessários para garantir vitória na primeira rodada. Terceiro mais votado, candidato nacionalista poderá ser decisivo no embate final. Publicado em 15/05/2023 DW — A disputa pela presidência na Turquia deve ser decidida no segundo turno, após o presidente Recep Tayyip Erdogan […]

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Khalil Hamra/AP Photo/ picture alliance

Há 20 anos no poder, presidente Erdogan fica pouco abaixo dos 50% de votos necessários para garantir vitória na primeira rodada. Terceiro mais votado, candidato nacionalista poderá ser decisivo no embate final.

Publicado em 15/05/2023

DW — A disputa pela presidência na Turquia deve ser decidida no segundo turno, após o presidente Recep Tayyip Erdogan obter na primeira rodada da votação quantidade de votos pouco abaixo do patamar de 50%.

Com 99,78% dos votos apurados até a manhã desta segunda-feira (15/05), Erdogan somava 49,25% contra 45,05% do líder oposicionista Kemal Kilicdaroglu, informou o Alto Comissariado Eleitoral do país. O comparecimento às urnas foi alto, com 88% de participação dos eleitores.

O terceiro candidato mais votado foi o nacionalista Sinan Ogan, que recebeu 5,2% e poderá ser o fiel da balança no segundo turno, caso decida apoiar um dos candidatos.

O resultado da eleição é encarado como um referendo sobre os 20 anos de governo de Erdogan e crucial para o futuro político da Turquia. Em duas décadas, o líder turco deu uma guinada autoritária e conservadora-religiosa no país de 85 milhões de habitantes, que também se afastou do Ocidente e se aproximou da Rússia.

“Sentimos falta da democracia”, declarou o opositor Kilicdaroglu, de 74 anos, com um sorriso neste domingo, ao votar. “Vocês vão ver. A primavera vai voltar para este, se Deus quiser, e vai durará para sempre”, acrescentou, referindo-se a um de seus “slogans” de campanha.

Erdogan adotou um tom vitorioso após a votação. Em discurso a apoiadores na sede de sua legenda, o islâmico-conservador Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), ele afirmou que “o vencedor foi, sem dúvida, o nosso país”.

A Aliança Popular liderada pelo AKP caminhava para assegurar a maioria no Parlamento, o que pode representar uma vantagem para Erdogan no que diz respeito ao segundo turno.

Frustração para oposição e ativistas

Antes da votação, algumas projeções colocavam a oposição com vantagem apertada sobre Erdogan. Na sexta-feira, duas pesquisas de opinião colocavam a coalizão de seis partidos de oposição liderada por Kilicdaroglu com mais de 50% da preferência dos eleitores.

O resultado deste domingo frustrou as expectativas dos opositores, que esperavam se beneficiar da revolta de grande parte da população com as políticas econômicas do governo.

Recentemente, a política econômica volátil de baixas taxas de juros do governo desencadeou uma espiral de crise do custo de vida e inflação. A resposta lenta de seu governo a um terremoto devastador em fevereiro no sudeste da Turquia, que matou 50 mil pessoas, também aumentou a insatisfação entre os eleitores.

A perspectiva de Erdogan iniciar sua terceira década à frente do governo também desagrada grupos de defesas dos direitos civis que pedem reformas para reverter o que consideram danos causados à democracia no país durante os últimos 20 anos. Muitos esperam que milhares de prisioneiros políticos e ativistas venham a ser libertados se a oposição vencer o segundo turno.

A eleição turca é acompanhada de perto por Europa, Estados Unidos e Rússia, além de toda a região do sul europeu e Oriente Médio, onde Erdogan reforçou o poder de seu país ao estreitar os laços com Moscou. Membro da Otan, a Turquia de Erdogan se afastou e manteve relações tensas com aliados, como os EUA e a Alemanha nos últimos anos.

Em 2018, na última eleição presidencial, Erdogan venceu no primeiro turno com mais de 52,5% dos votos.

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