A presença de sete ministros do governo Lula na 4ª Feira Nacional da Reforma Agrária, organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), causou irritação entre os membros da bancada ruralista da Câmara dos Deputados. Segundo o GLOBO, o vice-presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA) na Câmara, Evair de Melo (PP-ES), recorreu às redes sociais para expressar sua intenção de romper com o presidente.
“Ao frequentar eventos e tirar fotos com líderes do movimento terrorista, MST, os membros do Governo Lula deixam bem claro de que lado estão. E não é ao lado dos produtores rurais e donos de propriedades privadas. É do lado do caos e das invasões de terra, que vêm aterrorizando todo o Brasil. Não tem mais diálogo! O governo arrancou a ponte com o agro”, disse o deputado na internet.
A aproximação do governo federal com o movimento social ocorre em um momento de articulação da CPI do MST.
De acordo com o jornal, os partidos já selecionaram 13 dos 27 membros titulares para a CPI, sendo que todos eles possuem uma postura contrária ao governo e estão alinhados com a bancada ruralista. Muitos desses membros, inclusive, já expressaram publicamente críticas ao MST.
Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, ironizou a criação da CPI do MST e disse que os deputados vão encontrar “coisas gravíssimas” nela, como suco de uva produzido sem trabalho escravo.
“Vão encontrar coisas gravíssimas. Suco de uva feito sem trabalho escravo, arroz integral, milho, soja não transgênica”, disse o ministro no evento.