RT – As tropas ucranianas estão “prontas” para montar uma contra-ofensiva contra a Rússia, mas ainda precisam de mais tempo e equipamento antes que as condições sejam ideais, disse o presidente Volodymyr Zelensky à mídia ocidental.
“Perderíamos muitas pessoas”, disse Zelensky sobre as possíveis consequências de iniciar a operação imediatamente. “Acho isso inaceitável. Então precisamos esperar. Ainda precisamos de um pouco mais de tempo.”
O dirigente ucraniano falava a jornalistas da rede Eurovision News, tendo sido citado esta quinta-feira pela BBC.
Zelensky observou especificamente aos jornalistas que mais veículos blindados são necessários para o exército ucraniano, insistiu que seu governo estava ansioso para usar armas fornecidas por seus apoiadores ocidentais e afirmou que a Rússia quer congelar o conflito.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, no entanto, afirmou esta semana que os militares russos ainda estavam se segurando contra a Ucrânia.
“Fazer guerra… significa a destruição total da infraestrutura, a destruição total das cidades”, disse o funcionário, acrescentando que a Rússia está “tentando preservar a vida das pessoas”.
Zelensky rejeitou a noção de que Kiev seria compelida por seus apoiadores estrangeiros a negociar caso a contra-ofensiva falhasse, argumentando que eles “não podem pressionar a Ucrânia a render territórios”.
No início desta semana, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, elogiou os esforços de Washington e seus aliados para preparar Kiev para uma ação militar, descrevendo-os como “muito produtivos”. A Ucrânia recebeu armas, manutenção, treinamento de tropas e “os planos certos”, disse o funcionário dos EUA a jornalistas.
“Eles têm em todas essas dimensões o que precisam para continuar a ter sucesso na recuperação de território”, avaliou Blinken.
O Reino Unido supostamente forneceu à Ucrânia novas capacidades militares ao entregar mísseis de cruzeiro Storm Shadow lançados do ar. As armas têm um alcance de até 300 km (200 milhas), mais do que qualquer arma ocidental enviada anteriormente a Kiev.
A Ucrânia há muito solicita armas mais sofisticadas, alegando que são necessárias para obter vantagem sobre a Rússia. O governo de Kiev também instou seus patrocinadores ocidentais a fornecer caças F-16 para reabastecer sua frota cada vez menor de aviões de guerra de fabricação soviética, mas até agora não foi atendido.
A Rússia percebe as hostilidades na Ucrânia como parte de uma guerra por procuração ocidental mais ampla e argumentou que o fluxo contínuo de armas para Kiev simplesmente prolonga o conflito e aumenta o risco de escalada.
Moscou declarou a desmilitarização da Ucrânia como um dos principais objetivos de sua campanha, argumentando que a presença da Otan no país representa uma ameaça crítica à segurança nacional russa.