Na noite desta quinta (11), no evento de lançamento da Lei Paulo Gustavo, Lula retornou a fazer duras críticas ao processo de privatização da Eletrobras, maior empresa de energia da América Latina. Segundo o Presidente, “na privatização, foi feito uma bandidagem, que deve ser um crime de lesa pátria”, fazendo referência ao governo anterior que desestatizou a empresa.
Lula deixou claro seu descontentamento com o fato do governo ter 43% das ações da empresa, mas apenas 8% de representação no conselho. Além disso, o Presidente criticou o fato do governo ter que pagar três vezes mais do que a iniciativa privada caso queira estatizar novamente a empresa.
“O próprio governo fez uma lei prejudicando o governo e nós vamos apurar, nós vamos abrir processo, e nós vamos tentar provar a corrupção que houve nesse país para que o povo brasileiro saiba quem é que praticou corrupção”, comentou Lula, dando a entender que o processo de privatização não teria sido idôneo.
Na semana passada o Presidente se movimentou para tentar alterar a situação da Eletrobras. Lula pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que declarasse inconstitucional partes da lei da empresa, a fim de que a União tenha voto proporcional à sua participação nas ações. Mesmo com 43% das ações ordinárias da companhia, as leis da Eletrobras proíbem que um acionista exerça votos em número superior a 10% da quantidade de ações.
A Eletrobras administra e distribui energia de 62 fontes eólicas, 48 hidrelétricas, 12 termoelétricas, duas usinas nucleares e uma usina de energia solar. Em 2019 a empresa gerou 51.143 megawatts, 30% de toda energia do país.