Eumar Novacki, advogado do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, assegurou, nesta sexta-feira (12), que seu cliente descartou a possibilidade de fazer um acordo de delação premiada na investigação em que tem envolvimento. A libertação de Torres ocorreu na noite de quinta (11), por ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes. Anderson foi detido em 14 de janeiro sob suspeita de omissão de fatos sobre os atos antidemocráticos do 8 de janeiro.
“Não existe essa possibilidade de delação. O que o Anderson vai fazer é cooperar para que se esclareça o mais breve possível os fatos que levaram aquelas odiosos atos de 8 de janeiro”, disse o advogado.
À imprensa, Eumar ainda negou que o cliente havia dado senhas erradas para a Polícia Federal (PF). “Nós recebemos, de modo sigiloso, o laudo da Polícia Federal, que (indica que) de certa forma não era isso. Nós respondemos também de modo sigiloso e acrescentamos que estamos à disposição, caso ele queira indicar um perito para ir até o Anderson Torres. Ele vai estar colaborando e vai estar buscando acessar essas contas”, explicou.
O advogado afirmou que o STF agiu com a “energia necessária” após o dia do golpe ao Palácio do Planalto. Ele ainda avaliou os atos foram “odiosos”, mas não aprovou a necessidade de manter Torres detido.
“Não há quem não tenha se revoltado ao assistir aquelas cenas. Realmente uma mancha na história do Brasil. Nós entendemos que o Supremo Tribunal Federal, naquele momento, agiu com a energia necessária pra conter aquela escalada de violência. Mas passados mais de 100 dias, o Supremo Tribunal Federal acerta em conceder essa liberdade para o ex-ministro Anderson Torres”, comentou o advogado.