O vereador e uma das ex-mulheres de Bolsonaro receberam um valor aproximado a R$500 mil desde 2005
Um laudo produzido pelo laboratório de Tecnologia de Combate à Lavagem de Dinheiro e à Corrupção do MP do Rio de Janeiro identificou uma série de depósitos nas contas de Carlos Bolsonaro e de Ana Cristina Siqueira Valle que totalizam R$476 mil. Os recebimentos acontecem desde 2005 e a origem do dinheiro não foi identificada.
Cristina, segunda mulher de Bolsonaro, foi chefe de gabinete de Carlos entre 2001 e 2008. De acordo com o MP, ela recebeu R$358 mil entre 2005 e 2021, em 177 depósitos sem origem conhecida. Além disso, ela teria recebido três depósitos de Jair Bolsonaro em sua conta no valor de R$34,2 mil, entre 2012 e 2014.
Essa investigações começaram após uma reportagem de Juliana Dal Piva, colunista do UOL, que apontava a existência de funcionários fantasmas no gabinete de Carlos Bolsonaro. Em junho de 2019 a jornalista identificou que 7 parentes de Ana Cristina, também madrasta de Carlos, receberam cargos no gabinete do vereador, mas nenhum comparecia ao trabalho.
Após avaliação de dados do MP-RJ, em 2021, o juiz Marcello Rubioli do tribunal de justiça do Rio autorizou a quebra de sigilo do Vereador, de Cristina e de outros 25 investigados. Segundo avaliação de Rubioli existiam “indícios rotundos de atividade criminosa em regime organizado”.
Ainda de acordo com o juiz: “Carlos é citado diretamente como Chefe da organização, até porque o mesmo efetua as nomeações dos cargos e funções comissionadas do gabinete”.
As defesas de Carlos Bolsonaro e Ana Cristina Siqueira Valle ainda não se pronunciaram até o momento.