O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, publicou no Twitter a instauração do inquérito na Polícia Federal sobre o esquema de fraude nas partidas estaduais, nacionais e internacionais de futebol. O anúncio da investigação foi feito na tarde desta quarta-feira (10), deflagrada pela Operação Penalidade Máxima.
Será apurada a suspeita de manipulação nos resultados finais de jogos da série A e B do campeonato Brasileirão de, pelo menos, 13 jogos de 2022 e 2023. A quadrilha vai ser investigada por fraudar lances das partidas com o objetivo de lucrar com apostas esportivas.
Segundo o g1, O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) recebeu nesta terça-feira (9) a denúncia do Ministério Público (MP) contra 16 pessoas acusadas. O órgão já tornou réus sete jogadores e nove apostadores, intermediadores, financiadores e administrativos.
A principal infração entre os jogadores é o Artigo 41-C do Estatuto do Torcedor: solicitar ou aceitar, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem patrimonial ou não patrimonial para qualquer ato ou omissão destinado a alterar ou falsear o resultado de competição esportiva ou evento a ela associado. A pena é de multa e reclusão de dois a seis anos.
No documento enviado à Justiça, o MP relata 23 crimes ocorridos durante as partidas, nas quais os jogadores cometem faltas para receber cartões, bater pênaltis e escanteios, favorecendo o resultado positivo nas plataformas de apostas. Os pagamentos aos atletas chegavam até R$ 80 mil.
O site do GE publicou uma reportagem citando 15 atletas e os motivos pelos quais serão investigados. Veja a lista de nomes:
- Eduardo Bauermann (zagueiro, Santos)
- Gabriel Tota (meia, Ypiranga-RS)
- Paulo Miranda (zagueiro, sem clube)
- Igor Cariús (lateral-esquerdo, Sport)
- Victor Ramos (zagueiro, Chapecoense)
- Fernando Neto (volante, São Bernardo)
- Matheus Gomes (goleiro, sem clube)
- Romário (ex-Vila Nova)
- Joseph (Tombense)
- Mateusinho (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Cuiabá)
- Gabriel Domingos (Vila Nova)
- Allan Godói (Sampaio Corrêa)
- André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Ituano)
- Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã)
- Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário-PR)
O chefe do esquema, Bruno Lopez, denunciado pelo MP, teve sua prisão preventiva prorrogada, junto a outros dois operadores da organização criminosa. Os documentos das suas fases da operação Penalidade Máxima citam o nome de 53 jogadores brasileiros envolvidos na máfia do futebol e, até agora, nenhum foi preso.