Processos como uma CPI atrasam votações importantes no Legislativo. E é exatamente isso que a base do governo não quer que aconteça com a votação do novo Marco Fiscal. Integrantes do governo declararam que a prioridade é a aprovação do projeto econômico e que, só depois, pretendem iniciar a investigação sobre os atos do 8 de janeiro.
Duas semanas após a aprovação da realização da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), pelo Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, nenhum partido indicou de maneira formal os parlamentares que farão parte do colegiado.
Para o governo, essa realmente não é a prioridade. O deputado Zeca Dirceu, líder do PT na Câmara disse ao Globo que não tem pressa, “vamos demorar”, comentou o parlamentar. Segundo ele a CPMI “com certeza” não irá acontecer antes da aprovação da nova regra que substitui o teto de gastos.
Lindbergh Farias (PT-RJ), que também defende a instalação da CPMI para investigar o que de fato aconteceu no 8 de janeiro, segue a lógica de seus aliados, colocando o Marco Fiscal em primeiro lugar. “Se vota o marco fiscal no dia 16, estou calculando a instalação da CPI logo depois, 17 ou 18”, declarou o deputado.
A CPMI do golpe não é a única “parada”. Nas últimas semanas, Arthur Lira, Presidente da Câmara, aprovou mais três CPI’s, que ainda não foram instaladas devido à votação do PL das Fake News na semana passada e, também, porque Lira se encontra em Nova York, retornando apenas no fim dessa semana.
A comissão parlamentar mista de inquérito sobre o 8 de janeiro vai investigar a motivação por trás dos ataques e busca encontrar os mandantes. O STF investiga os participantes e já tornou réu 550 pessoas. Em votação iniciada nessa madrugada (9), o STF julga a denúncia de 250 pessoas que teriam se envolvido no episódio.