O antigo braço direito do ex-presidente Bolsonaro, o coronel Mauro Cid, entregou seu celular pessoal à Polícia Federal durante buscas. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi preso na última quarta-feira (3), por envolvimento no esquema de falsificação de cartões de vacina. Mauro ainda é alvo de quatro inquéritos e investigado por lavagem de dinheiro.
Sendo ajudante de ordens, o coronel era como um secretário particular do ex-presidente da República. A função permite que o empregado tenha acesso a itens particulares do Chefe de Estado.
Nesses quatro anos de governo bolsonarista, Mauro mantinha contato com integrantes do governo por um telefone corporativo, que alega ter devolvido no final do mandato. A preocupação dos aliados de Bolsonaro não se limita apenas ao telefone pessoal de Cid. Eles temem que a Polícia Federal tenha acessado as nuvens de dados, incluindo as informações do dispositivo funcional do ex-ajudante de ordens.
A Polícia Federal pôde iniciar a operação sobre fraude nos certificados de vacina a partir dos arquivos da nuvem do Google e da Apple, ambos vinculados a um dos telefones do ex-ajudante de ordens. A ação resultou na prisão de Cid e na apreensão na residência de Bolsonaro.
Cid afirmava que não havia trocado seu telefone pessoal neste quatro anos de mandato. Para alguns aliados, a afirmação era encarada como uma ameaça, enquanto para outros, era vista como uma tentativa do militar de demonstrar que não tinha nada a temer.