Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, está detido há 116 dias em um batalhão da Polícia Militar no Distrito Federal. De acordo com o GLOBO, ele decidiu alterar sua estratégia a fim de convencer o Supremo Tribunal Federal (STF) a rever sua prisão preventiva.
No começo, a equipe de Torres procurou evitar que lideranças bolsonaristas se aproximassem dele e pedissem para visitá-lo, com o objetivo de evitar que o caso fosse politizado.
Naquele momento, a análise foi de que era necessário se distanciar do círculo bolsonarista, o que levou Torres a dispensar seu advogado, Rodrigo Roca, que também atuava para a família Bolsonaro.
A ordem de prisão de Torres foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes em 14 de janeiro, devido à sua participação em atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro, bem como pelos bloqueios em rodovias durante o segundo turno das últimas eleições.
O advogado de Torres, Eumar Novacki, tentou convencer ministros do STF e pessoas próximas a eles de que seu cliente não cometeu crime ao se ausentar de Brasília durante os atos golpistas, apesar de ser secretário de segurança do DF.
No entanto, as respostas dos juízes e seus contatos mostraram que é altamente improvável que o ex-ministro da Justiça seja libertado a curto prazo.
“A nova estratégia é mobilizar a classe política como um todo. Tentar convencer que o que o STF faz com Anderson poderá se reproduzir no futuro com qualquer político de qualquer matiz ideológico”, disse um amigo do ex-ministro para a coluna.
A primeira consequência dessa mudança de estratégia é a visita de parlamentares à prisão do ex-ministro de Bolsonaro nos últimos dias, com o consentimento da sua defesa e aprovação do STF.