Se na economia e na institucionalidade o governo Lula vão bem, quando o assunto é segurança interna e inteligência, o caos e o tumulto imperam.
Aparentemente os militares estão em alerta máximo para manterem o controle do Sistema Brasileiro de Inteligência (SisBin) e outras ferramentas que utilizam para exercerem influência política e isso acabou colocando o novo chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) em rota de colisão direta com a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) e com a Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente da República (SESP).
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Servidores da própria ABIN já revelaram para esta coluna que hoje os militares querem garantir a supremacia nas formulações da política nacional de inteligência e a estratégia nacional de inteligência e que na avaliação deles, uma possível desmilitarização ou esvaziamento do GSI poderia colocar este projeto em risco.
O clima anda tão ruim que até mesmo servidores do GSI estão pedindo para serem transferidos para a SESP. Além disso, não é difícil presenciar trocas de farpas e até mesmo observar um clima de desconfiança no Palácio do Planalto.
De um lado temos o general Amaro que busca hipertrofiar o GSI, acabar com a SESP e comandar a ABIN e do outro, temos estas instituições lutando como podem para evitar que isso ocorra.
Hoje alguns servidores do Planalto estavam até mesmo se “divertindo” com o “chega pra lá” que o general Amaro levou durante um evento no interior de São Paulo.
O clima até o momento é de uma verdadeira guerra fria, sem ataques diretos, porém, a qualquer momento, pode esquentar. Se o presidente não lidar com a situação de maneira objetiva e direta, sem remendos, acabará com mais uma crise dentro do próprio governo, causa pelos membros do próprio governo.
A verdade é que tem muita no Planalto gente cansada com a ambição dos miliares e ainda mais frustrada da leniência do presidente Lula e a dificuldade de impor limites aos fardados.
Engana-se quem vê o “conflito” como algo entre civis versus miliares, na verdade é mais algo envolvendo a cúpula das forças armadas versus todos aqueles que não o são.