A renda agropecuária brasileira deve chegar ao R$ 1 trilhão em 2023, com destaque para os R$ 647 bilhões do setor agrícola, marcado pela safra recorde de grãos e por exportações em alta. A renda do segmento pecuário deve ficar um pouco acima de R$ 350 bilhões.
Os produtos agrícolas e pecuários devem garantir mais um saldo expressivo para a balança comercial dp ano. De janeiro a abril, a agropecuária somou por um quarto das exportações do país, alcançando US$ 25,8 bilhões.
Nas contas da análise, divulgada pela MB Agro, as vendas para o exterior de produtos do agronegócio, que também incluem bens industriais, tendem a render US$ 172,5 bilhões ao país em 2023. Isso já totaliza 8% a mais que o registrado no ano passado, de US$ 159 bilhões.
O total da renda agropecuária neste ano deve ficar próximo ao de 2022 — pouco mais de 1% menor que o R$ 1,010 trilhão do ano passado. No entanto, a renda agrícola deve crescer 1,6% em comparação com a de 2022. Já a da pecuária, vai recuar 5%, segundo as estimativas da MB Agro.
Em 2019, a renda somada dos dois setores totalizou em R$ 698 bilhões. De lá para cá, houve um aumento de mais de 40%. O índice é calculado levando em conta os preços e as quantidades produzidas.
O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, enfatizou que o comportamento positivo das exportações do setor agropecuário vão levar a mais um superávit expressivo da balança comercial neste ano.
O crescimento mais forte do domínio do agronegócio tem desempenho maior no Centro-Oeste. As estimativas de uma análise do Bradesco apontam para uma expansão de 4% do PIB da região em 2023. É mais do que o dobro do ritmo esperado pelo banco para o PIB de todo o país neste ano, de 1,8%, e o mais alto entre as cinco regiões. Pelos cálculos do Bradesco, o PIB do Centro-Oeste cresceu 4,7% em 2022, acima dos 2,9% do PIB da economia brasileira.