Empossado na última quinta-feira (04), O general da reserva Marcos Antonio Amaro dos Santos, novo ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), já está criando crises dentro do Palácio do Planalto.
Segundo servidores da Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente da República (SESP), que hoje é responsável pela segurança do presidente, o novo chefe do GSI aproveitou que o presidente estaria de viagem para tentar emplacar os seus desejos em relação aos temas voltados para segurança e inteligência no governo.
Segundo fontes no próprio Palácio do Planalto, o general quis dar um “golpe” ao se aproveitar da ausência do presidente da República, que estava na Inglaterra para acompanhar a coroação do Rei Charles III.
Segundo um relatório interno da secretaria, o ministro não só apresentou soluções que evidenciam a decisão doutrinária dos militares de reforçar a ostensividade da segurança como solução para a contenção de ameaças como também está desconectado das boas práticas internacionais que destinam a segurança e inteligência do governo central aos civis.
Inclusive fica evidente que o ministro pode ter levado um “puxão de orelha”, já que ao longo dos últimos 5 dias, mudou o tom do seu discurso três vezes.
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O general afirmou que estava decidido que o GSI iria assumir a segurança do presidente novamente. .No segundo dia já mudou o discurso para “o presidente indicou que o GSI vai cuidar da segurança” e agora já afirma que o presidente pode prorrogar os trabalhos da SESP mais alguns meses.
Ainda segundo os servidores da SESP, não há nenhuma definição sobre mudanças no modelo de segurança presidencial que vem sendo realizado desde janeiro até hoje. Também foram enfáticos em afirmarem que não há qualquer indício de mudança na estrutura de segurança por parte do alto-escalão do Planalto e muito menos do Presidente Lula.
Não só isso como já estão previstas mais três turmas de capacitação de servidores para que possam atuar na pasta, além disso, eles também informaram que há uma grande procura de servidores do GSI que buscam migrar para a SESP, segundo eles, isso não faria sentido, afinal de contas, quem iria querer migrar para uma pasta que está supostamente com os dias contados?
Além disso, eles também questionam a suposta “limpeza” de militares realizada no GSI, segundo um levantamento da secretaria, o GSI conta com um pouco mais que mil servidores, sendo que apenas 5% são civis.
Além disso, eles também criticam a alegação do general Amaro de que a segurança presidencial deve ser majoritariamente militar por conta de treinamentos específicos. Segundo eles, o general não conseguiu se explicar e saiu pela tangente citando a nomenclatura dos cargos e equiparando a estrutura ao Ministério da Defesa, que é um órgão cuja composição é totalmente diferente.
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Já no Planalto, fontes afirmam que o general quis “passar o carro na frente dos bois” e que todos andam muito incomodados com o Ministro que logo no seu primeiro dia empossado, decidiu passar por cima do presidente e até mesmo da hierarquia decisória no Planalto.
Essas mesmas fontes também reforçaram que Lula não quer “melindrar” os militares, sem dar motivos específicos para as preocupações do presidente.
Será que Lula terá coragem de chamar a atenção do general em público, assim como chamou de outros ministros que também disseram “genialidades”?
david
08/05/2023 - 15h58
Sem dúvida alguma, essa questão com os militares é um imenso problema… MAs tem-se que elaborar isso com muito cuidado. Embora o exército tenha liderado o golpe, é impossível haver somente milicos golpistas, como é impossível haver somente policiais federais legalistas/ democráticos. Muitos PF apoiaram e são simpatizantes do bozo. Não somente o Anderson Torres!!! Então, cuidado ao polarizar tanto o golpismo para as forças armadas, como se as demais instituições da república fossem vítimas inocentes e desde sempre democráticas! Do ponto de vista institucional, não fora o golpismo, as forças armadas seriam sim as mais indicadas para a segurança presidencial porque são instituições responsáveis pela garantia dos poderes constitucionais (sem golpes, sem poder moderador e outras bizarrices interpretativas da constituição). A polícia federal é uma polícia judiciária e de investigação criminal. A proximidade dela com a presidência da república (que pode eventualmente até ser investigada pela PF, se o PGR ou o STF permitirem) é prejudicial à isenção da polícia federal, dentro de seu papel constitucional. Diferentemente das forças armadas, que têm o papel de defender a pátria e garantir os poderes constitucionais e não tem atribuição nenhuma na investigação criminal e nem como polícia judiciária. A questão não é tão simples e a polícia federal, politicamente, quer estar o mais próximo possível do presidente, por questões políticas, corporativas e, por que não, como lá também não tem santo e tem muitos admiradores do bozo, por outras questões inconfessáveis…
Eliane
08/05/2023 - 15h41
Olá, admiro muito o trabalho de vocês, mas essa notícia está sem pé nem cabeça. Faltou precisão.
Luise
08/05/2023 - 15h40
PQP, Lula tinha que ter postura de velho testamento com os milicos. Ele tem coragem de criticar o Roberto Campos Neto e os EUA mas aceita o autoritarismo dos milicos.