O sistema de verificações pagas do Twitter tem causado polêmicas desde o momento em que começou a ser comentado por Elon Musk (atual dono do aplicativo). Agora, implementada há duas semanas, a função tem facilitado a disseminação de ideias de extrema direita e sido alvo de críticas dos usuários.
Em reportagem, a Folha aponta que a concentração dos usuários verificados de direita saltou de 0,7% para 15,4%, um crescimento superior a 20 vezes. Enquanto isso, perfis de esquerda e centro, que tinham mais relevância e mais selos de verificação, perderam alguns dos perfis verificados, num misto entre baixa adesão ao plano pago e remoções dos distintivos antigos.
As contas de direita, em sua maioria, pagaram pelo selo, enquanto outras o ganharam a partir de uma redistribuição feita sem transparência pela companhia de Elon Musk. Em específico, influenciadores do debate político no Brasil com posicionamento mais à direita representam agora 15,5% do total de verificados —antes, eram 5,9%.
A pesquisa foi feita pelo DeltaFolha a partir do GPS Ideológico, ferramenta que posiciona no espectro ideológico as principais figuras públicas da rede social e seus seguidores.
A função impacta o algoritmo da rede, já que perfis verificados recebem prioridade algorítmica e têm suas publicações e contas exibidas com mais destaque ao público, mesmo que não sigam.
Publicações, retuítes e respostas publicadas por contas verificadas já são recomendados na timeline e nas buscas, deixando os usuários mais expostos a conteúdos de perfis privilegiados pela empresa.
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do Twitter não esclareceu os questionamentos apresentados e apenas respondeu com um emoji de fezes.
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