O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem reduzido o foco em conversas com lideranças partidárias e personalidades do mundo empresarial, com quem ele mantinha contatos constantes durante seus últimos mandatos. Para alguns antigos aliados, essa mudança tem afastado Lula da realidade política, o que se reflete nas dificuldades do governo em consolidar uma base sólida no Congresso.
Segundo auxiliares do governo, o petista vem escutando menos e se “isolando” mais, comparado a outras passagens pelo Palácio do Planalto. Atualmente, não existem auxiliares ou ministros que possam opinar na trajetória do presidente, um papel que no passado foi desempenhado por figuras como os ex-ministros José Dirceu, Antonio Palocci, Luiz Gushiken e Luiz Dulci, bem como pelo ex-chefe de gabinete Gilberto Carvalho.
Pela primeira vez, Lula optou por uma abordagem diferente: exercer a Presidência no campo da institucionalidade. O presidente diminuiu a frequência de reuniões diretas com parlamentares pela idade, 77 anos, que o impede de manter uma rotina de trabalho intensa, como fazia nos governos anteriores. Atualmente, Lula almoça apenas ao lado da primeira-dama, Janja.