A semana passada foi marcada por derrotas na Câmara dos Deputados, o que deixou o Palácio do Planalto em alerta em relação à composição da CPI do 8 de Janeiro. A CPI representa um grande potencial de dor de cabeça para o presidente Lula.
Nesta ultima terça-feira (2), a base governista falhou em garantir a votação do PL das fakenews, que foi adiada. Na quarta-feira (3), os decretos do presidente Lula sobre o marco do saneamento foram derrubados. Além disso, houve divergências entre a orientação do governo e a base aliada em questões como a comercialização de créditos de carbono em contratos de concessão de floresta e uma resolução da Aneel sobre regras de micro e minigeração distribuída de energia elétrica.
De acordo com um levantamento realizado a pedido do GLOBO, deputados de partidos considerados de centro, que fazem parte da base governista (PSD, União e MDB) e que têm chances de integrar a comissão, votaram de forma contrária à orientação do líder do governo em 25% das votações deste ano.
A base do governo no Congresso afirma conseguir maioria na CPI e que pelo menos 20 das 32 cadeiras da comissão serão ocupadas por seus aliados. No entanto, é importante destacar que essa contagem inclui os nomes que serão indicados por PSD, União e MDB, partidos que já mostraram sua falta de lealdade no início deste mandato.
O União Brasil teve uma votação em massa para derrubar os decretos do saneamento, incluindo o deputado Arthur Maia (União-BA), que é o favorito do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para liderar a CPI.
No MDB, o deputado Emanuel Neto (MT) é cotado para ocupar uma vaga na CPI e demonstrou maior alinhamento com o governo em comparação com os colegas do União: ele votou contra a orientação do governo em apenas 7% das votações que participou (ou seja, em apenas uma das 14 votações). No entanto, ele também ajudou a derrotar o Planalto na votação sobre o decreto de saneamento.
SENADO
De acordo com o GLOBO, no Senado, ainda é incerto o alinhamento com o governo, uma vez que houve apenas uma votação nominal com orientação do governo neste ano.
Em média, os oito nomes de partidos da base aliada que estão sendo cotados para integrar a CPI pelo Senado votaram contra o partido do governo atual em 23% das votações.
Davi Alcolumbre (AP) e Soraya Thronicke (MS), União Brasil, estão entre os que menos se alinham ao PT. Soraya Thronicke, em particular, tem um histórico de apoio a bandeiras de direita.
Nenhum comentário ainda, seja o primeiro!