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Extrema direita vence eleição para constituinte no Chile

Bloco obteve maioria absoluta na discussão de nova constituição Com mais de 95% dos votos apurados, a extrema direita venceu no último domingo, 8, o conselho para redigir a nova constituição chilena, que conta com 50 membros. O partido Republicano, liderado pelo ex-candidato presidencial conservador José Antonio Kast, ficou na liderança, com 35,5% dos votos. […]

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José Roberto Kast, do Partido Republicano, comemora triunfo na eleição para Conselho Constituinte chileno Foto: Javier Torres/AFP

Bloco obteve maioria absoluta na discussão de nova constituição

Com mais de 95% dos votos apurados, a extrema direita venceu no último domingo, 8, o conselho para redigir a nova constituição chilena, que conta com 50 membros.

O partido Republicano, liderado pelo ex-candidato presidencial conservador José Antonio Kast, ficou na liderança, com 35,5% dos votos. Com isso, o partido terá 22 conselheiros dos 50 possíveis.

Em segundo lugar, veio o grupo governista de esquerda Unidade para Chile com 17 vagas. Na sequência, apareceu a lista Chile Seguro, da direita tradicional, com 11 vagas.

Além disso, um candidato indígena também levou a 51ª cadeira. Não havia um sistema de cotas para indígenas, mas, se os dois postulantes nessa condição conseguissem ultrapassar 1,5% dos votos totais, o mais votado se somaria aos outros 50, como aconteceu.

Com isso, os conselheiros eleitos devem começar a redigir uma nova constituição, ao lado de 24 especialistas nomeados pelo congresso em março. Depois disso os chilenos irão votar se aprovam ou não a nova constituição em dezembro.

A direita ficou com maioria absoluta de 33 cadeiras. Por outro lado, a esquerda não conseguiu as 21 que precisaria para vetar medidas provisórias com as quais não concordam.

Vale salientar que os chilenos votaram, quase 80% da população, para redigir uma nova constituição em 2020, após violentos protestos contra a desigualdade. A primeira reescrita da Constituição foi redigida por conselheiros amplamente independentes e de esquerda e se concentrou em benefícios sociais, direitos ambientais, paridade de gênero e direitos indígenas.

Atualmente o Chile é presidido por Gabriel Boric, um progressista e ex-líder estudantil, que assumiu o país em março, chegou ao poder em uma onda de otimismo em torno da reforma. Mas desde então seus índices de aprovação despencaram, em meio às dificuldades enfrentadas pela economia chilena e com o aumento da criminalidade se tornando uma das principais preocupações dos eleitores.

“O governo não se intrometerá no processo e respeitará a autonomia da entidade em suas deliberações”, disse Boric a repórteres na manhã de domingo após a votação.

Os conselheiros devem cumprir 12 princípios já acordados, como a constatação de que o Chile é uma república democrática, com um Estado unitário, descentralizado e formado pelos Três Poderes.

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Ruann Lima

Paraibano e Estudante de Jornalismo na UFF

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