O governo de Joe Biden tenta convencer China e Brasil a fazer uma nova missão de paz no Haiti. Os EUA mostram preocupação com o país do Caribe, mas com a guerra na Ucrânia EUA e Rússia estão com relações estremecidas e sobrou para o Brasil fazer a ponte entre as três potências do Conselho de Segurança da ONU, informa Jamil Chade, no UOL
Por mais de 10 anos, o Brasil liderou uma missão de paz no Haiti. Mas o clima entre o Executivo brasileiro e os militares não é o mesmo. Washington pensa no Canadá como líder dessa nova missão. Porém, os EUA esperam do Brasil o argumento para convencer os chineses a aprovarem a empreitada.
O tema foi tratado entre a embaixadora dos EUA para a ONU, Linda Thomas-Greenfield, e o assessor especial da presidência, Celso Amorim, na semana passada. Falando ao Conselho de Segurança da ONU, ela alertou sobre a situação de segurança e humanitária do Haiti.
“Na capital, Porto Príncipe, as escolas e centros comunitários tornaram-se locais de terror e recrutamento de jovens”, afirmou. “A violência das gangues ameaça a vida cotidiana dos cidadãos e a prosperidade econômica do Haiti, e as mulheres são as mais vulneráveis ao aumento da violência sexual, utilizada para criar medo e intimidação”, disse a embaixadora.
Segundo a ONU, os homicídios aumentaram 21% no primeiro trimestre de 2023 e os raptos 63%”, explicou, lembrando que o rapto de crianças e de pais tem ocorrido frequentemente nas imediações das escolas.A ONU defende a criação de força de apoio especializada. A entidade conta 530 pessoas mortas em atos de violência liderados por gangues em 2023.