Pela sexta vez seguida, Banco Central (BC) não mexeu na taxa.
Em viagem, o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, neste sábado, 6, voltou a criticar os juros altos básicos da economia, que estão em 13,75% ao ano no Brasil. O Copom, Comitê de Política Monetária, não mexeu na taxa de juros básicos pela sexta vez seguida, mesmo após série de críticas do Governo.
Lula ainda questionou se o Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem compromisso com o país, pois, para o presidente, ele tem compromisso com quem o indicou [do ex-presidente Jair Bolsonaro].
“Ele tem compromisso com quem, com o Brasil? Não tem, ele tem compromisso com o outro governo que o indicou, isso precisa ficar claro. E ele tem compromisso com aqueles que gostam de taxa de juro alto, porque não há outra explicação”, disse Lula, em Londres, em coletiva de imprensa após participar da coroação do Rei Charles III.
Atualmente existe uma lei que concede “autonomia” ao Banco Central, na qual, os diretores têm mandato de quatro anos. O atual presidente do banco tomou posse em fevereiro de 2019, e tem mandato até 2024.
“Se eu, como presidente, não puder reclamar do equívoco do presidente do Banco Central, quem vai reclamar, o presidente americano? Então, me desculpem, o Banco Central tem autonomia, mas ele não é intocável”, reforçou Lula.
O Brasil atualmente tem a maior taxa de juros reais do mundo, apesar de ter parado de subir em agosto do ano passado. Os efeitos do aperto monetário são sentidos no encarecimento do crédito e na desaceleração da economia.
“Então, se a gente quiser gerar emprego no país, nós vamos ter que ter crédito para o trabalhador, consignado, para o pequeno e médio empreendedor individual, nós vamos ter que ter crédito para as grandes empresas, senão o país não cresce”, disse o Presidente da República.
Em declarações recentes, Campos Neto defendeu que as decisões da autarquia são técnicas. Ele, inclusive, vê com otimismo os projetos do governo para equilíbrio das contas públicas, que impactam nas estimativas de inflação.