O jurista e ex-ministro da Justiça, Eugênio Aragão, avaliou a Operação Venire, deflagrada pela Polícia Federal, que teve como alvo Jair Bolsonaro e resultou na prisão do coronel Mauro Cid, braço direito do ex-inquilino do Planalto.
“Com a prisão preventiva de Mauro Cid, as investigações sobre desmandos do governo de Bolsonaro assumem um novo patamar”, disse Aragão.
A suposta falsificação de dados vacinais para o então presidente não vacinado viajar aos Estados Unidos é notícia gravíssima que insere o ex-chefe do governo na seara de crimes contra a Administração”, prossegue o ex-ministro.
Ele também lembrou que se for comprovada a falsificação, “chega-se perto de medida constritiva de liberdade contra Bolsonaro”.
Mais cedo, a Polícia Federal confirmou que Jair Bolsonaro falsificou seu cartão de vacinação contra Covid-19. O órgão informou que “as inserções falsas, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários”.
“Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes impostas pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de covid-19”, prossegue.
“A apuração indica que o objetivo do grupo seria manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19”, finaliza o comunicado.