Na manhã de hoje (3), Jair Bolsonaro foi alvo de operação da Polícia Federal, que buscava investigar uma suposta falsificação em seu cartão de vacinação. O ex-presidente, supostamente teria adulterado o documento para poder entrar no Estados Unidos no final do ano passado.
Após ações de busca e apreensão na casa do ex-chefe do executivo, que incluiu o confisco de celulares de Bolsonaro e de Michelle Bolsonaro, Mauro Cid e Max Guilherme, ambos ex-auxiliares de Jair, foram presos.
A Polícia Federal depois da operação também intimou Bolsonaro a depor ainda hoje, mas caso o depoimento realmente ocorra, Jair foi orientado por seu advogado, Cunha Bueno, a permanecer em silêncio. “É uma condução coercitiva às avessas, na prática. Algo que o Supremo Tribunal Federal já tinha dito que não poderia ocorrer”, afirmou Bueno.
O defensor alegou ser um “absurdo” a PF realizar operações e menos de três horas depois impor que o investigado deponha, sem permitir que os advogados tenham acesso aos autos do processo. “Eu sou um advogado que raramente orienta um cliente a fazer uso do direito que todos têm ao silêncio, mas querer botar calor, não deixar que a defesa conheça os autos antes de a pessoa depor, não nos deixa outra opção”, completou Cunha Bueno.
O ex-presidente sempre afirmou nunca ter tomado a vacina, mas segundo apuração da Folha os registros de vacinação de Bolsonaro e sua filha Laura supostamente teriam sido adulterados. A PF informou que trabalha na busca de uma “associação criminosa constituída para a prática de crimes de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas SI-PNI e RNDS do Ministério da Saúde”.