No auge do furor envolvendo a Operação Venire, o turbilhão de informações que a Polícia Federal trouxe deixou algumas coisas passarem despercebidas, uma delas, muito curiosa envolve a Vice-PGR Lindôra Araújo.
Durante uma rápida coletiva, o ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que não existe adulteração de cartão de vacina da parte DELE. Ou seja, indica que a estratégia da defesa poderá ser jogar tudo nas costas do tenente-coronel Mauro Cid e de quem mais estiver envolvido.
Acontece Bolsonaro não foi o primeiro a lançar a tal “tese”. A Procuradoria Geral da República, mais precisamente a Lindôra Araújo, se manifestou contra a operação envolvendo o ex-presidente alegando que Cid seria o principal e articulador do esquema de falsificações e ainda falou isso antes de defesa do próprio Bolsonaro e antes mesmo de ouvir qualquer um dos alvos da operação Venire (veja a página 69 com a decisão completa do STF que contém a manifestação da PGR)
E se não bastasse vice-PGR Lindôra Araújo foi contra a busca e apreensão pedida pela PF na casa de Bolsonaro alegando não ver elementos fáticos a comprovar seu concurso na fraude dos cartões. Mesmo com o farto acervo de provas da própria polícia federal comprovando o contrário.
Vale ressaltar que não foi apenas uma ação para fraudar comprovantes de vacinações, o que a PF revelou é uma verdadeira quadrilha que que se mobilizou para invadir um banco de dados do governo e alterar dados a bel prazer. Se fizeram isso com as vacinas, o que mais essa gente seria capaz de fazer para outros objetivos?
Vale ressaltar que o Ministro Alexandre de Moraes apenas decidiu em favor de um pedido que veio da própria política federal, logo, Alexandre não agiu de ofício, o que derruba as alegações de apoiadores do ex-presidente de que o Ministro estaria perseguindo Bolsonaro.
Para Bolsonaro, restou contar com o voluntarismo da PGR em sua defesa.